Publicado 03/07/2017 14:29
Apenas no estaleiro Mauá, parado desde julho de 2015, são três navios inacabados, parte de uma lista de esqueletos gerados pela falência da indústria naval do país, após a descoberta do esquema de corrupção montado na Petrobras.
Levantamento feito pela Folha mostra que, como eles, existem outros três navios, sete sondas, um casco de plataforma e quatro comboios hidroviários – formados, cada um, por quatro barcaças e um empurrador – parados em estaleiros no país, em diferentes estágios de construção.
Juntas, essas encomendas somam US$ 6 bilhões e esperam pela solução de problemas contratuais ou judiciais.
Além do fechamento de vagas com a suspensão das obras, a paralisia aumenta o custo de embarcações, que já haviam sido contratadas a preços superiores aos praticados no mercado internacional.
“São barcos praticamente prontos e enferrujados”, diz o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Construção e Reparo Naval (Sinaval), Sérgio Bacci. “Para concluir, vai ter que gastar mais dinheiro.”
A situação remete à primeira grande falência da indústria naval brasileira, no final dos anos 1980, quando problemas financeiros provocaram paralisações em obras. O último navio entregue naquela época, o Livramento, por exemplo, demorou dez anos para ser construído.