Centenas de estudantes protestam contra corte do Passe Livre em SP

Parte da manifestação deve se juntar ao ato em defesa de Lula em frente ao MASP

Estudantes protestam em frente a Prefeitura de SP contra corte do Passe Livre em 12.07.2017 - Marcos Bruno | CUCA da UNE

Centenas de estudantes protestam contra a redução do Passe Livre em frente à Prefeitura de São Paulo na tarde desta quarta-feira (12). A concentração do ato começou às 16h e mais tarde parte dele deve se juntar ao ato em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelo caso do tríplex no Guarujá (SP).

De acordo com Emerson Santos, presidente da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), a intenção do ato é defender o Passe Livre Estudantil, com a revogação imediata do decreto.

“A mudança do Passe Livre é uma grande exclusão da juventude da cidade, acessando cada vez menos os espaços públicos”, disse Nayara Souza, presidenta da UEE São Paulo (União Estadual dos Estudantes) em entrevista ao Portal Vermelho.

O presidente da Upes ainda frisou que o direito adquirido pelos estudantes em 2015, durante a gestão do prefeito Fernando Haddad quando mais de 500 mil jovens eram beneficiados pelo programa, trouxe mobilidade e acesso à educação e cultura fora da sala de aula, como teatro, museus, bibliotecas e outras atividades extracurriculares.

Além desse fator, há também a necessidade de mais tempo de alguns estudantes para chegarem aos locais de estudo, pois boa parte deles moram longe.

Depois desse primeiro protesto, os movimentos estudantis devem convocar novos atos e jornadas em defesa do Passe Livre Estudantil, da educação em sua plenitude e direitos da juventude.

Privatização do transporte

Ainda segundo Emerson Santos, essa atitude faz parte de um pacote de privatizações que vem acontecendo desde o início da gestão Doria em São Paulo, como a privatização do Bilhete Único, anunciada em fevereiro deste ano.

"Essa restrição faz parte da grande política privatista do Doria, começando pela limpeza dos grafites, em que passa pela privatização das praças e parques e chega a um direito adquirido, depois de muita luta, como o Passe Livre”, conclui Nayara Souza.