Temer corre contra o tempo para garantir quórum para votar denúncia

Sem condições de garantir o quórum para votação marcada opara esta quarta-feira (2), o governo passou a semana dizendo que a responsabilidade era da oposição. Mas Michel Temer corre contra o tempo para tentar encerrar o quanto antes a votação da denúncia contra por crime de corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

temer a jbs

Para abrir a sessão são necessários apenas 52 deputados presentes, mas o governo pressiona os partidos aliados para que coloquem 342 parlamentares na sessão, número necessário para que a denúncia seja votada.

O governo diz ter os votos para garantir o arquivamento da denúncia. Mas o problema está em garantir que os deputados compareçam e já implora aos partidos da base para que peçam a presença de seus correligionários, mesmo os que votam contra Temer.

A situação já provoca um desconforto entre os parlamentares da base aliada. Líderes do governo não sabem mais o que fazer para colocar os deputados na sessão. Inicialmente, o discurso era de que o governo tinha os votos e rejeitaria a denúncia com folga. Depois, o discurso mudou, empurrando a responsabilidade para votar a denúncia para a oposição. Agora, o discurso é do desespero.

"É um absurdo você ter posição no governo e fazer o jogo da oposição. A oposição faz o jogo dela e a gente tem que respeitar. Pode protelar, pode deixar o governo sangrando etc. Agora, você apoiar o governo, ter cargo no governo, ter ministério e fazer o jogo da oposição, me desculpe, não aceito", disse o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP).

A dificuldade do governo é tanta, que Mansur disse que os partidos políticos que apoiam o governo têm um contingente em torno de 380 deputados, mas não consegue convencer os parlamentares a comparecer à sessão.

Diante disso, Temer tirou a terça-feira para receber deputados. No Planalto é um entra e sai de parlamentares desde as primeiras horas da manhã. Ele deve receber 11 parlamentares nesta terça, sendo que o último compromisso com deputados terá início às 19h30.

Outra estratégia é liberar ministros que tenham mandato na Câmara dos Deputados para devem retomar as cadeiras para votar a favor de Temer.

Para a votação, o governo quer que seja rápido sem que a oposição dar espaço para a oposição denunciar o governo. Líderes do governo planejam apresentar um requerimento para encerrar a discussão tão logo consiga 257 deputados em plenário — mais do que a metade.