Luciana Santos: Reforma política que favoreça a democracia e o povo

A presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), salienta que nas próximas semanas a militância comunista deve dar “toda a atenção ao debate da reforma política”.  O PCdoB defende uma mudança no sistema político que “favoreça o cidadão e privilegie o debate de programas e ideias”. 

Luciana Santos - Foto: Reprodução/PCdoB

A dirigente informa que a bancada comunista tentará barrar ou diminuir o retrocesso da proposta de reforma que está em debate.

“A reforma que nós precisamos deve possibilitar a presença das mulheres, de negros e negras e mais trabalhadores para refletir da fato a sociedade brasileira. Essa distorção precisa ser superada!” Para isso, a comunista defende que os custos da campanha devem ser barateados.

A dirigente comunista defende ainda o financiamento público de campanha. “É preciso ter financiamento público de campanha. Para que a democracia seja financiada pelo Estado brasileiro, porque todos sabemos o significado do financiamento empresarial. Vivemos essa experiência. Primeiro porque diminui a autonomia, a independência do parlamentar, pois ele tende a se posicionar a partir de quem o financiou e não de quem votou nele. E depois porque estabelece uma linha tênue entre o público e o privado, que é uma das matrizes da corrupção no nosso país. Não quero dizer com isso que todo financiamento privado tem corrupção, mas que ele estabelece um ambiente propício para que isso aconteça.”

Cláusula de barreira

Luciana Santos ressaltou ainda a importância do debate da cláusula de barreira para os comunistas e explicou as tentativas de diminuir os prejuízos deste ponto na proposta de reforma política em debate na Câmara. “Após muito diálogo felizmente conseguimos fazer uma grande pactuação com os partidos desta Casa no sentido de mitigar a cláusula de barreira. No momento complexo que estamos vivenciando, há uma exitosa busca de convergência. Apesar de o PCdoB ser contra a cláusula de barreira, criou-se um pacto para reduzir essa imposição excludente e estamos caminhando para um entendimento.”

Fim das coligações

A presidenta nacional do PCdoB explicou ainda que os comunistas são contra “o fim das coligações”, mas que há um diálogo sobre essa pauta em curso. “Dentro do diálogo com os demais partidos estamos admitindo para num momento seguinte, em 2020, que sejam substituídas pela federação”.

Sistema político antiquado

Luciana reforça a necessidade da militância comunista de se debater juntamente com a sociedade cada ponto desta reforma política. “O sistema político atual não nos favorece, mas ele deve mudar para possibilitar que a representação popular se faça valer. A reforma deve favorecer ao cidadão alternativas e privilegiar o debate de programas e de ideias”, defende.

Diminuir o retrocesso

“A bancada comunista na Câmara e no Senado atuará na busca de construção de convergências com amplas forças políticas com o objetivo de barrar ou diminuir o retrocesso democrático presente nessa reforma política. Os movimentos sociais devem elevar o nível de mobilização do povo contra os retrocessos em curso!”, orienta.