Tesourômetro se aproxima da marca de R$ 12 bi em perdas para a ciência

O "tesourômetro", painel eletrônico que mostra, em tempo real, o impacto dos cortes de financiamento federal para as áreas da ciência, tecnologia e humanidades promovidos pelo governo Temer, se aproxima da marca dos R$ 12 bilhões.

No RJ, "tesourometro" no campus da Praia Vermelha da URJ - Reprodução

Os painéis colocados em Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são iniciativas da campanha "Conhecimento Sem Cortes", que critica a redução dos investimentos federais e o sucateamento das universidades públicas e dos institutos de pesquisa no Brasil.

Em média, o tesourômetro registra perdas de R$ 500 mil por hora em investimentos federais desde 2015. Em 2017, os recursos são os mais baixos dos últimos 12 anos, segundo a campanha promovida por professores, estudantes e técnicos.

No Rio, o painel foi instalando no campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo a presidenta Associação dos Docentes da UFRJ (ADUFRJ), Tatiana Roque, os cortes colocam em risco a manutenção de pesquisas e experimentos até mesmo na área da saúde, e estudantes temem a perda de bolsas de iniciação científica.

“Tanto os recursos para a universidade pública e os institutos de ciência e tecnologia quanto as verbas para pesquisa das agências de fomento vêm escasseando muito e ameaçando o desenvolvimento das pesquisas, a manutenção dos estudantes e as bolsas. Experimentos já em curso estão sendo interrompidos, laboratórios estão fechando”, explica Tatiana.

"É fundamental que a população perceba que isso é um bem do Brasil. É algo que contribui para o desenvolvimento, que contribui para o bem-estar, para a cura de doenças, para a melhoria da formação", afirmou Tatiana à repórter Viviane Nascimento, para o Seu Jornal, da TVT.