Herdeira do Nazismo, extrema direita pode voltar ao parlamento alemão

Fundado em 2013, o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) que é anti-imigração e anti-islamista parece estar se tornando o primeiro partido de extrema direita que tem a possibilidade de ocupar assentos no parlamento alemão (Bundestag), desde a Segunda Guerra Mundial

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Com popularidade de 11% nas pesquisas antes das eleições federais deste mês, o AfD está caminhando para se tornar o terceiro partido com mais votos na política alemã.

Apesar de já ter ganho representação em 13 dos 16 parlamentos estaduais da Alemanha, conquistar assentos a nível federal pela primeira vez aumentará os recursos do AfD e poderá assegurar sua permanencia no debate nacional.

A popularidade do partido surgiu da crise de imigração europeia em 2015. Sua reputação, no entanto, diminuiu desde que Merkel assumiu uma postura mais intolerante aos pedidos de asilo de imigrantes e ajudou a impulsionar o controverso acordo migratório da União Europeia com a Turquia, que foi criado para barrar o fluxo de pessoas que atravessam o Mediterrâneo para a Europa.

Nas lutas de poder internas, o AfD tomou um golpe no início deste ano, quando os chefes do partido foram obrigados a expulsar um dos seus principais membros.

Bjorn Hocke causou uma indignação nacional depois de usar um discurso para reivindicar que a Alemanha precisava realizar uma "reviravolta de 180 graus" ao lembrar o passado nazista do país.

Seus comentários foram criticados por uma das líderes do partido, Frauke Petry, que uma vez pediu que a polícia da fronteira alemã atirasse "se necessário" nos refugiados que tentassem entrar ilegalmente no país.

Petry admitiu uma derrota em sua tentativa de fazer o AfD para adotar posições mais moderadas – para promover a cooperação com outros partidos – mas posteriormente, assumiu o lugar de volta na campanha eleitoral federal.

A campanha do partido é, em vez disso, liderada pelo cofundador do AfD, Alexander Gauland, que recentemente foi acusado de incitar o ódio racial depois de declarar que um ministro alemão, de descendência turca, deveria ser "devolvido" a Turquia.

Apesar de estarem preparados para ganhar seus primeiros lugares do Bundestag, outros partidos se recusaram a trabalhar com o AfD no parlamento federal, eliminando suas chances de estar no governo.

Principais políticas: o AfD tem um programa eleitoral que declara o Islã incompatível com a cultura alemã e exige o fechamento imediato das fronteiras do país.