IBGE: Setor de serviços, que mais emprega no país, está estacionado

Segundo o analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha, o setor de serviços – o que mais emprega no Brasil e teve nova queda – está “estacionado”. E, para que ele se recupere, é necessário um desempenho mais positivo da indústria. Ocorre que as perspectivas não são animadoras nesse sentido. O indicador de intenção de investimentos da indústria caiu 2,8 pontos no terceiro trimestre, na comparação com os três meses antecedentes.

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Depois de três meses de crescimento, o setor de serviços prestados no país recuou 0,8% entre junho e julho, na série com ajuste sazonal. Foi o pior mês de julho da série da pesquisa, iniciada em 2012.Houve uma queda de 3,2% no setor, na comparação com julho do ano passado. Houve também recuos de 4% no acumulado do ano e de 4,6% no período dos últimos 12 meses.

“O setor não consegue apresentar uma série sistemática de crescimento", disse Saldanha, no Valor Econômico. O analista do IBGE chama a atenção para o indicador do volume de serviços acumulado nos últimos 12 meses, que apresentou queda de 4,6%. Tratou-se de patamar bastante próximo ao apurado em 12 meses até maio (-4,7%) e até junho (-4,7%).

Para Saldanha, somente o melhor desempenho da indústria será capaz de puxar uma recuperação do setor de serviços. Mas, a elevada capacidade ociosa da indústria e o ainda expressivo grau de incerteza quanto ao fôlego da recuperação econômica diminuíram o ímpeto dos empresários do setor em investir nos próximos meses, diz o Valor em outra reportagem.

"O setor industrial coloca-se em compasso de espera por notícias que aumentem o grau de certeza quanto ao rumo da economia no horizonte de dois a três anos", observa Aloisio Campelo Jr, superintendente de Estatísticas Públicas da FGV.