Centrais organizam luta contra reformas e privatizações para o dia 3

Com data marcada para o dia 3 de outubro, centrais sindicais se mobilizaram para construir agenda unitária de luta contra a ameaça de votação da Reforma da Previdência e denunciar as consequências da Reforma Trabalhista.

Atos - CTB

As centrais sindicais (CTB, UGT, Nova Central, Força Sindical, CUT e CSB) se reuniram nesta segunda-feira (25), em São Paulo, para definir ações para barrar as reformas que estão sendo impostas pelo governo Michel Temer.

"A CTB entende que o momento cobra uma atuação concreta, conectada com as bases e sem perder de vista a luta Institucional. O momento cobra luta e resistência para defender os direitos e denunciar a agenda regressiva que Temer tem implementado desde maio de 2016", afirmou Adilson Araújo, presidente da CTB.

Dentre as ações definidas pelos dirigentes estão a defesa de empresas nacionais estratégicas, que estão ameaçadas com a possibilidade de privatização, como Eletrobras e Petrobras.

"Dia 3 de outubro, no Rio de Janeiro, haverá um ato em frente à sede da Eletrobras, às 11h, e em seguida uma passeata até a Petrobras. Em todas as cidades onde haja uma representação dessas empresas, haverá manifestações contrárias à privatização", explica João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical.

“Como o ato, queremos chamar a atenção da sociedade para o desmonte do Estado brasileiro, o que não é a primeira vez que acontece. Eles tentam passar a ideia de que o que é público é ruim e corrupto, e o que é bom é de fato ter a iniciativa privada à frente de todo o processo econômico”, afirmou José Maria Rangel, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Segundo o dirigente, o período de maior turbulência econômica mundial das últimas décadas demonstrou a importância do Estado nas economias nacionais, particularmente a brasileira. “É importante lembrar que, durante a grande crise do capital em 2008, quando todo mundo sofreu duramente com o desemprego e taxas de inflação, nós brasileiros não sofremos tanto esse impacto, porque as empresas públicas, do Estado, entraram fortemente, financiando a geração de empregos.”

As principais empresas responsáveis pela atuação anticíclica do Estado brasileiro durante a crise mundial foram Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, a própria Petrobras e a Eletrobras. “Isso é uma demonstração da importância do Estado tem para o desenvolvimento de uma nação.”

Mobilizações

A data da manifestação é emblemática. No dia 3 de outubro de 1953, o presidente Getúlio Vargas sancionava a Lei 2004, que criou a Petrobras. "A Petrobras, principal empresa do país, completará 64 anos de existência e resistência à sanha dos entreguistas", diz a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em sua página na internet. Após a concentração, os manifestantes farão uma caminhada até a sede do BNDES, e depois rumam à Petrobras, onde o ato será encerrado.

Entre outras entidades, participam da manifestação do dia 3 no Rio bancários, eletricitários, moedeiros, comércio de minérios e derivados de petróleo e de Furnas, CUT, Dieese, Frente Brasil Popular, Plataforma Operária e Camponesa da Energia, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

As Centrais ainda pretendem manter a mobilização entre os trabalhadores com uma cartilha, que esclarece as maldades da reforma trabalhista. “O encontro tratou também da necessidade de fortalecimento das entidades sindicais e da proposta de abaixo-assinado para um projeto de lei que anule a Lei 13.467/17", diz.

A próxima reunião das Centrais será na próxima segunda, dia 2 de outubro, às 08h30. O local é a sede da Força Sindical, no bairro da Liberdade.