Catalunha: Polícia detém manifestantes em seção eleitoral de Barcelona

Neste domingo (1º de outubro), na Catalunha acontece o referendo pela independência, que Madri qualifica de ilegal. O Tribunal Constitucional da Espanha invalidou todos os documentos relacionados com a votação aprovados pela Generalitat e pelo Parlamento catalão. Assim, o Tribunal qualificou de ilegais todas as ações das autoridades catalãs quanto ao referendo.

Catalunha referendo - AFP

O referendo pela independência é qualificado por Madri como ilegal e cuja realização foi invalidada pelo Tribunal Constitucional da Espanha.

A polícia afirmou que conseguiu tomar sob seu controle a maior parte das 2315 seções eleitorais. Em vários locais de votação têm lugar confrontos entre a polícia e pessoas que chegam para votar.

De acordo com uma pesquisa, a independência da Catalunha é apoiada por 41% dos cidadãos da autonomia, 49% são contra. 80% dos catalães se expressaram a favor da realização do referendo, contudo a maioria deles acredita que a votação deve ser acordada com o governo central do país.

Em sua conta oficial no Twitter, a Generalitat da Catalunha anunciou a existência de 337 pessoas feridas em confrontos com a polícia espanhola durante o referendo pela independência da região.

"Há 337 pessoas feridas ou contundidas. Insistimos que as pessoas feridas façam queixa aos Mossos d"Esquadra [polícia catalã]", se lê no comunicado da Generalitat.

Durante a coletiva de imprensa, o representante oficial da Generalitat, Jordi Turull, acrescentou também que, entre as pessoas feridas, uma está em estado grave.

Ele acrescentou também que atualmente a votação está sendo realizada em 96% das seções eleitorais.

Anteriormente, o Ministério da Saúde da Catalunha tinha comunicado sobre 38 feridos em resultado dos confrontos entre partidários da independência da região e a polícia espanhola.

Testemunhas dos confrontos informaram que os órgãos de segurança da Espanha usaram bastões e balas de borracha contra os manifestantes sem aviso e sem quaisquer ações provocatórias do lado oposto. O comportamento da polícia espanhola foi qualificado de "agressivo".

As autoridades catalãs exigem a renúncia imediata de Enrico Millau, representante do governo espanhol na região, acusando-lhe de ações repressivas.

A declaração foi feita por Jordi Turul, representante oficial do governo catalão, durante a coletiva de imprensa realizada neste domingo.

"Apenas podemos exigir sua renúncia, porque ele é responsável pela repressão [contra a Catalunha]" declarou Turul.

Carles Puigdemont, presidente catalão, também condenou as ações da Espanha, afirmando que o uso de bastões, balas de borracha e de "violência injustificável" durante o referendo cria uma imagem terrível da Espanha.