Líder comunista se pronuncia sobre eleições autárquicas portuguesas  

O Partido Socialista, de centro-esquerda, foi o que mais angariou votos. Enquanto isso, o Partido Social Democrata, de centro-direita, foi o maior derrotado das eleições municipais de domingo (1) em Portugal. Apesar de perda em números, o líder do Partido Comunista Português Jeronimo de Sousa reafirmou a permanência da força da esquerda no poder local

Por Alessandra Monterastelli *

Jerónimo de Sousa

Os socialistas ganharam nove autarquias comparado a 2013, enquanto que a Coligação Democrática Unitária (CDU), composta pelo Partido Comunista Português (PCP) e pelo Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) perdeu dez e o Partido Social Democrata (PSD) perdeu nove. O conservador Partido Popular (CDS) soma uma às cinco que já tinha.

Segundo dados do Diário de Notícias, O Partido Socialista (PS) conseguiu ontem o melhor resultado em eleições autárquicas, garantindo a presidência de 158 câmaras municipais, 142 das quais em maioria absoluta. Na contabilidade das principais cidades, o partido volta a ganhar Lisboa (mas perde a maioria absoluta), mantém Sintra, Coimbra, Leiria, Amadora, Odivelas, Matosinhos, Gondomar ou Gaia. Nos grandes centros urbanos, os socialistas ainda ganharam da CDU Beja, Almada e Barreiro. No Porto o independente Rui Moreira conseguiu a maioria absoluta. Oeiras, por sua vez, volta às mãos de Isaltino Morais.

O PSD sai destas eleições com um total de 98 câmaras – 79 a título próprio e 19 em coligações. Destas, 92 foram ganhas com maioria absoluta. Um número abaixo se comparado as 107 autarquias conquistadas há quatro anos, já então um mau resultado para os sociais-democratas. O partido de centro-direita foi o maior derrotado dessas eleições.

Ainda com informações do jornal português, a CDU saiu em queda da noite eleitoral domingo (1), com 24 câmaras contra as 34 de 2013. O Bloco de Esquerda ficou como estava, sem qualquer presidência de câmara.

Em discurso divulgado no domingo (1), o líder comunista Jeronimo de Sousa declarou que “a CDU se confirma como a grande força de esquerda no poder local” por meio da “manutenção de uma presença em todo o território, com a confirmação no essencial da sua expressão eleitoral e com avanços em zonas de minoria”. Ele ainda se referiu aos milhares que apoiaram a CDU, afirmando que seu voto será “integralmente respeitado como sempre tem sido”, e que “terão uma garantia segura de intervenção dedicada para dar resposta às suas aspirações”.

Sobre a perda de posições e sobretudo de presidências, Sousa argumentou ser “sobretudo uma perda para as populações, que não demorarão a perceber o quão errada foi a sua opção”. Para o líder, as baixas resultarão em perda na presença do trabalho, honestidade e competência que, embora reconhecida, não era devidamente valorizada por ser uma realidade permanente estabelecida pelo mandato do partido. “Uma perda para os direitos e condições de trabalho das autarquias, para o serviço público, para defesa do ambiente, da cultura, para a participação democrática”, concluiu o político.

As eleições autárquicas portuguesas

A autárquica é a eleição direta responsável pela escolha dos candidatos que irão compor as câmeras e as assembleias municipais, além das juntas e assembleias compostas pelos conselhos, chamadas de “freguesias”.

Confira os últimos resultados das eleições, em porcentagem total de votos, segundo o DN: 

Partido Socialista (PS): 37,82%

Partido Social Democrata (PSD): 16,07%

Coalização Democrática Unitária (CDU)= Partido Comunista + Partido Verde: 9,46% 

Partido Popular: 8,78%