Autoridades criticam interferências externas nas eleições na Venezuela

"Nunca se tinha visto tanta ingerência externa numas eleições na Venezuela como agora", denunciou este domingo o chefe de campanha do Comando Zamora 200, Jorge Rodríguez.

Eleições na Venezuela - Efe

Em coletiva de imprensa no Teatro Bolívar, na capital, o também prefeito do município de Caracas e dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) lamentou que forças externas estejam "a alardear raude a esta hora" quando começou a votação nos 23 estados do país, que neste domingo (15) elegem os seus governadores.

Jorge Rodríguez referiu-se ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e convidou-o a ver "como se fazem as eleições na Venezuela". "Aqui não tratamos com cacetete ninguém. Rajoy devia pelo menos ver algumas imagens de como se respeita a expressão democrática de um povo, seja qual for a sua opinião", disse.

Aplaudiu o povo venezuelano por exercer o seu direito ao voto neste domingo "em absoluta paz", para "reafirmar a sua soberania", e perguntou o que é que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o do Brasil, Michel Temer, o espanhol Rajoy ou Donald Trump (presidente dos Estados Unidos) têm a ver com assuntos que só dizem respeito aos venezuelanos.

É "risível e absurda" a posição de Santos ao incentivar o voto na direita e ao tornar-se um porta-voz desses grupos, acrescentou, sublinhando que são os venezuelanos que, nestas eleições – a 22.ª em 18 anos –, têm de decidir sobre as questões políticas e sociais do país.

Urnas abertas até às 18 horas

Nas eleições regionais, podem votar mais de 18 milhões de eleitores inscritos nos cadernos eleitorais, ficando de fora os do Distrito Capital (porque esta entidade possui um regime especial de governo) e os residentes no estrangeiro.

Concorrem, em todos os estados, candidatos do Grande Pólo Patriótico – que integra dez partidos, entre os quais o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e o Partido Comunista da Venezuela (PCV) – e da chamada Mesa da Unidade Nacional (MUD), de direita.

Os 13 559 locais de voto abriram às 6h e encerram às 18h (hora local), mantendo-se abertos enquanto houver eleitores à espera para votar. Observadores internacionais destacaram, em diversas ocasiões, a fiabilidade, credibilidade e transparência do sistema eleitoral venezuelano. Já hoje, felicitaram o povo venezuelano pelo seu "civismo" e pela "participação democrática".