Fitmetal critica Temer e reforça ações por emprego e crescimento

A Federação dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil ( Fitmetal) divulgou no dia 10 de outubro resolução em que reafirma a importância da mobilização em torno do movimento Brasil Metalúrgico e das propostas pela retomada da indústria nacional. "É preciso intensificar a pressão sobre o governo Temer e avançar na luta por uma agenda de reindustrialização do País, com valorização do conteúdo nacional, retomada mais consistente do crescimento e geração de empregos", diz trecho do documento.

Fitmetal Direção executiva - Murilo Thomaz

Na opinião da entidade, que na ocasião reuniu a direção executiva, a economia brasileira continua apresentar números "decepcionantes" resultado de uma política de um governo denunciado na Câmara dos Deputados e com rejeição de 77% da população, que considera "ruim" ou "péssima" a administração Temer. "Mas seu governo sobrevive sob o amparo do rentismo, das elites empresariais, de setores da grande mídia e da maioria do Congresso Nacional", enfatizou a resolução.

De acordo com a Fitmetal, o setor produtivo é "vítima de uma política econômica ultraliberal e desnacionalizante" que resulta em fechamento de fábricas e estaleiros. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostram que de 2013 até este ano, com ênfase para 2016, foram extintas 530 mil vagas no setor metalúrgico.

A entidade anunciou novos debates em torno da reindustrialização: Rio de Janeiro (20/10), Salvador (27/10), Manaus (31/10), Belo Horizonte (6/11), Chapecó (7/11), Recife (27/11) e São Luís (7/12). No dia 10 de novembro também haverá ato nacional do Brasil Metalúrgico que reuniu todas as federações e confederações de metalúrgicos do país para resistir à reforma trabalhista, que entra em vigor naquele mês.

Confira abaixo a nota da Direção Executiva da Fitmetal na íntegra:

5ª Reunião da Direção Executiva da FITMETAL (2017-2021)

RESOLUÇÃO

1) Prestes a completar 18 meses na Presidência, Michel Temer alcançou, em setembro, sua taxa recorde de rejeição popular, segundo o Ibope. Apenas 3% da população avalia sua gestão como “ótima” ou “boa”, enquanto nada menos que 77% a consideram “ruim” ou “péssima”. Acusado pela Procuradoria-Geral da República de pertencer a uma organização criminosa – a qual o ex-procurador Rodrigo Janot chamou de “quadrilhão do PMDB” –, o presidente ilegítimo deve enfrentar, neste mês, mais uma denúncia na Câmara dos Deputados. Mas seu governo sobrevive sob o amparo do rentismo, das elites empresariais, de setores da grande mídia e da maioria do Congresso Nacional.

2) Na economia, apesar de ligeiros sinais de recuperação, o Brasil continua a apresentar números decepcionantes, como o baixo crescimento do PIB e a lenta redução do desemprego. O setor produtivo, vítima de uma política econômica ultraliberal e desnacionalizante, segue em recessão, com fechamento de fábricas e estaleiros. É preciso intensificar a pressão sobre o governo Temer e avançar na luta por uma agenda de reindustrialização do País, com valorização do conteúdo nacional, retomada mais consistente do crescimento e geração de empregos.

3) Um dos símbolos do enfrentamento às adversidades e aos retrocessos neste período é a campanha “Brasil Metalúrgico”, que une entidades ligadas a nove centrais sindicais, confederações e federações – com participação destacada da FITMETAL. Foi a partir dessa parceria que a categoria metalúrgica promoveu duas bem-sucedidas atividades unitárias – o Dia Nacional de Lutas, Protestos e Greve (em 14 de setembro) e a Plenária Nacional dos Trabalhadores da Indústria (no dia 29). Para 10 de novembro, as entidades do movimento chamam o Dia Nacional de Protesto e Paralisação, que terá manifestações em diversos estados. Os sindicatos filiados da FITMETAL e as bases da CTB estão convocados a se envolverem desde já nos preparativos e na realização dessas atividades.

4) Outra prioridade neste segundo semestre é a continuidade do Ciclo de Debates “Indústria e Desenvolvimento”. Lançado em 2017 pela FITMETAL, em parceria com a CTB e o Dieese, seu objetivo é discutir o fenômeno da desindustrialização da economia brasileira e apresentar propostas para enfrentar a crise. O primeiro debate, em São Paulo, a 15 de agosto, contou com a participação de especialistas como Bresser-Pereira (Fundação Getúlio Vargas), Clemente Ganz Lúcio (Dieese) e Marilane Teixeira (Cesit/Unicamp). Já em Aracaju, no dia 4 de outubro, os debatedores foram o professor Ricardo Lacerda (Universidade Federal de Sergipe) e o economista Luís Moura (Dieese/Sergipe). É indispensável que todas as bases da FITMETAL programem eventos em suas regiões, em articulação com outros segmentos, nacionalizando o ciclo, aperfeiçoando o entendimento da realidade e qualificando sua pauta de luta. Já estão previstas novas rodadas em sete cidades – Rio de Janeiro (20/10), Salvador (27/10), Manaus (31/10), Belo Horizonte (6/11), Chapecó (7/11), Recife (27/11) e São Luís (7/12).

São Paulo, 10 de outubro de 2017

A direção executiva da FITMETAL