Presidente iraniano pede à União Europeia para proteger acordo nuclear

O presidente do Irã, Hasan Rohani, disse neste sábado (14) estar esperançoso que a União Europeia (UE) terá "um papel construtivo" para proteger o acordo nuclear dos recentes "movimentos errôneos" dos Estados Unidos.

Hasan Rohani - Efe

"Espero que todos os países membros da UE desempenhem o seu papel construtivo na manutenção do acordo e aproveitem bem as oportunidades de colaboração", disse Rohani, segundo um comunicado da presidência, após a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de abandonar o pacto.

Rohani indicou em reunião com o novo embaixador norueguês em Teerã, Lars Nordrum, que o acordo do JCPOA (Plano Integral de Ação Conjunta) "abriu as portas para negociações a respeito de diferentes temas regionais e internacionais".

O governante iraniano também recebeu as credenciais dos novos embaixadores de República Tcheca, Suíça e Grécia, com os quais abordou o apoio da UE ao acordo nuclear, assinado em 2015 entre o Irã e seis grandes potências.

O presidente iraniano defendeu também que o JCPOA "trouxe a paz" e é uma prova que "o diálogo e a cooperação são a melhor solução para as disputas internacionais".

"Acreditamos que enterrar o JCPOA implica enterrar a segurança e a estabilidade da região e do mundo. Esperamos que a UE impeça movimentos errôneos que sejam prejudiciais para a paz e a cooperação internacional", acrescentou.

Rohani classificou a situação atual como "muito delicada" e insistiu que as atividades nucleares de Teerã "sempre serão pacíficas" e que o seu país não será o primeiro a violar o pacto.

Trump ameaçou ontem abandonar o acordo caso os seus "defeitos" não sejam corrigidos mediante uma negociação internacional ou uma lei do Congresso americano, e elevou as tensões com Teerã ao sancionar o Exército dos Guardiões da Revolução iraniano.


A resposta europeia não demorou: Reino Unido, França e Alemanha – signatários do acordo nuclear junto com EUA, Rússia e China – emitiram um comunicado conjunto para afirmar que continuam "comprometidos" com o pacto.

Nessa nota, a primeira-ministra britânica, Theresa May; a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, se mostraram "preocupados pelas possíveis implicações" da decisão de Washington.

O acordo nuclear limita as atividades nucleares do Irã em troca da suspensão parcial das sanções internacionais contra o país.