MIS exibe “ReExistir” do Coletivo fotográfico feminino Carolinas

A exposição "ReExistir", que integra a programação da 10ª Mostra Luta!, em cartaz no Museu da Imagem e do Som de Campinas até o dia 28 de outubro, é a primeira intervenção do coletivo feminino "Carolinas", formado pelas fotógrafas Cintia Antunes, Fabiana Ribeiro, Gabriela Zanardi, Sandra Lopes e pela especialista cultural, Juliana Siqueira. A abertura acontece na quarta-feira (25) a partir das 19h, seguida de roda de conversa com as autoras e convidadas.

mostra - Sandra Lopes

A mostra reúne 20 imagens impressas em tecido nas dimensões 1,20m x 0,80m. A opção por este tipo de suporte busca a tridimensionalidade das imagens, uma vez que o tecido tem movimento e interage com o espaço.

As fotos de Cintia Antunes são registros das atividades que desenvolveu durante a oficina de fotografia do projeto EmPodera. “A adolescência é uma fase de muito embate a respeito de identidade, sofremos uma pressão gigantesca sobre os padrões de beleza, é nessa faixa etária que temos que desconstruir e empoderar."

Através do olhar forte e certeiro das meninas da Comunidade Nelson Mandela, liderada por mulheres, a fotógrafa Fabiana Ribeiro busca o registro pulsante do fotojornalismo. As imagens pontuam vários momentos da comunidade, desde a reintegração de posse, o local provisório onde as famílias permanecem por um período e o novo espaço de ocupação na região dos Distritos Industriais.

A mulher, o seu corpo, a autoaceitação e a liberdade de escolha. O olhar intimista, feminista e poético traz o universo feminino para o centro das discussões da fotógrafa Gabriela Zanardi. Os tempos de ódio, intolerância e desrespeito, "onde se discute a 'cura gay' e a escolha da opção sexual é considerada 'doença a ser tratada'” estão nas cenas da fotógrafa Sandra Lopes.
Para o coletivo "é importante estar no espaço público e poder empoderar linguagem e voz feminina que sofrem constantemente com as tentativas de silenciamento muitas vezes brutal. Ocupar os espaços e discutir dentro deles as questões das mulheres, trabalhador@s, negr@s, indígenas, estudantes, LGBTs, movimentos sociais e problematizar as discussões e conteúdos para a reconstrução democrática".

"ReExistir traz algumas proposições do existir e resistir no Brasil pós-golpe em que temos lutas constantes por direitos básicos como saúde, moradia, educação, cultura, gênero e identidade onde democracia e liberdade são ameaçadas constantemente pelo ultraconservadorismo que mostra a face fascista, não dialética, cheia de ódio e violência. As minorias que são a grande maioria da nossa população brasileira sofrem com as tentativas de invisibilidade e cerceamento das vozes. Só assim nos tornamos protagonistas da nossa própria história”, conclui.

Serviço:
Exposição "ReExistir"
Abertura: 25/10 (quarta-feira) – 19 horas – Em cartaz até 26/11
Horário: terça a sexta, das 10 às 20h; sábados, das 10 às 16h
Local: Museu da Imagem e do Som de Campinas (Rua Regente Feijó, 859 – Centro – Campinas/SP)
Entrada gratuita