Deputados aprovam projeto que criminaliza aborto em casos de estupro
A PEC 181/2015 traz apensada uma proposta que já tramitava na Câmara (PEC 58/11), de autoria do deputado Dr. Jorge Silva (PHS-ES). Ambos os textos preveem que o tempo de licença de 120 dias seja ampliado, para garantir a convivência entre mãe e filho fora do hospital.
Publicado 09/11/2017 09:32
Conceito de que a vida começa na fecundação do óvulo, e não no nascimento, foi incluído em parecer sobre PEC que amplia licença para mães de bebês prematuros. Segundo a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), a medida altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40), que atualmente não considera crime o aborto praticado nos casos em que a gestação decorre de estupro ou põe em risco a vida da mulher.
Dados do Ministério da Saúde alertam que, em todo o país, 4.021 bebês nasceram de mães de até 12 anos que foram estupradas entre 2011 e 2014. Em abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que não é crime a interrupção da gravidez quando o feto apresentar má formação do cérebro (anencefalia).
Diante dos parlamentares que defenderam a criminalização do aborto, a deputada lembrou que o PCdoB sempre defendeu a pluralidade religiosa e os direitos das mulheres. “Saímos daqui convictos de que os cristãos, que constituem grande parte da sociedade brasileira, sabem que os direitos devem ser preservados. Os direitos das mulheres, representado pela PEC original das mães dos bebês prematuros”, disse Jô Moraes.
De acordo com pesquisa realizada em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 8,7 milhões de brasileiras com idade entre 18 e 49 anos já fizeram ao menos um aborto na vida. Destes, mais de 1 milhão de abortos foram provocados, sendo que grande número de casos não são notificados.
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), a comissão deveria apreciar a ampliação da licença-maternidade para mães de bebês prematuros. “Seres humanos deveriam ser cuidados. E nada melhor que o cuidado materno para que ele possa superar essa prematuridade com seus riscos”, ressaltou.
Proposta segue agora para votação em plenário.