Rússia rechaça ingerência na Venezuela e defende diálogo para a crise

O ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, recusou nesta quinta-feira (16) a ingerência nos assuntos internos da Venezuela, chamou ao diálogo como forma de solução das diferenças nesse país sul-americano e denunciou que existe uma pressão de fora para que a oposição venezuelana adote uma postura intransigente.

Serguei Lavrov

Lavrov pronunciou-se contra as tentativas de pressionar a partir de fora para fomentar uma maior intransigência da oposição da Venezuela, o que em nada, estimou, ajuda a solucionar as contradições internas nessa nação latino-americana.

“[O problema] Só pode ser resolvido mediante o diálogo entre o Governo e a oposição e consideramos que não pode haver outra via para resolver essa situação”, declarou Lavrov a uma pergunta da Prensa Latina.

“Temos muita esperança de que os países da região, ao defender essa solução mediante o diálogo, combatam as tentativas de pressionar a partir de fora para forçar os opositores venezuelanos a manter uma posição intransigente”, declarou.

“Essas tentativas, sem dúvida, estão dirigidas a provocar um aprofundamento da crise e inclusive da violência. Nós consideramos essas ações totalmente irresponsáveis e inaceitáveis”, denunciou o ministro russo.

Lavrov dialogou hoje com seu homólogo argentino, Jorge Faurie, que emitiu declarações, consideradas em Moscou como ingerencistas, ao questionar a democracia, o sistema de saúde e a transparência do processo político venezuelano.

Em uma coletiva de imprensa conjunta nesta cidade, ambos ministros, também se referiram ao caráter estratégico dos vínculos bilaterais e de projetos de investimentos nos setores ferroviário, portuário e sobre o uso pacífico do átomo.

Lavrov e Faurie pronunciaram-se a favor de coordenar ações em organismos multilaterais, entre os quais a ONU, a Organização Mundial do Comércio e o Grupo dos 20.

O chefe da diplomacia russa destacou os crescentes vínculos de seu país com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), bem como com o Mercado Comum do Sul (Mercosul).

A respeito, Lavrov destacou a assinatura de um memorando de intenções para a cooperação entre o Mercosul e a União Econômica Euro-asiática, integrada agora por Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão.