Jornalistas e radialistas decidem continuar greve na EBC

Em mais uma atitude truculenta, direção da Empresa Brasil de Comunicação suspendeu as negociações da Campanha Salarial 2017-2018.

greveebc - Cadu Bazilevski/SJSP

Em assembleia nacional na tarde da sexta-feira (17), os jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram pela continuidade da greve iniciada na terça-feira (14) nas praças de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Maranhão. Frente à truculência da direção da empresa que, após oito rodadas da Campanha Salarial, comunicou às categorias que não aceita continuar a negociação, manter o movimento grevista foi o caminho deliberado pelos profissionais na luta por direitos.

A postura intransigente da direção da EBC marca as negociações desde o início da Campanha Salarial 2017-2018. As únicas propostas dos representantes da empresa até o momento são reajuste zero para salários e benefícios, além de uma ampla retirada de vários direitos garantidos em Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Como se não bastasse o congelamento salarial e de benefícios, como a Ajuda Alimentação, o Auxílio Creche e o Auxílio às Pessoas com Deficiência, a direção da empresa quer excluir do ACT direitos conquistados ao longo de anos pelas categorias, entre os quais o Vale Cultura, o Vale Cesta Alimentação (pago somente nos meses de dezembro e junho) e, inclusive, o quinquênio para quem ingressar na EBC a partir de agora.

As categorias querem a manutenção de todos os direitos do Acordo Coletivo mais um reajuste de 4% para reposição da inflação do período e de perdas sofridas nos últimos dois anos. A data base é em 1º de novembro.

Mobilização

Desde o início da greve, o piquete de jornalistas e radialistas começa às 7h, com assembleias diariamente às 13h e uma programação de debates e protestos em frente às praças da EBC.

Na terça-feira (21), a partir das 13h, ocorre o ato em defesa da EBC e em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras, em frente à praça da empresa em São Paulo, na Av. Mofarrej nº 1.200, Vila Leopoldina, zona oeste da capital paulista. A mobilização tem a participação de organizações do movimento sindical, de movimentos sociais, de entidades e personalidades engajadas pelo direito à comunicação.