PCdoB repudia ação da Polícia Federal na UFMG

Em nota, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de repudia a ação da Polícia Federal na Universidade Federal de Mninas Gerais (UFMG) ao conduzir coercitivamente reitores, ex-reitores e professores na manhã desta quarta-feira (06).  

UFMG - UFMG

Em nota, os Comitês Estadual e Municipal do PCdoB Minas Gerais e Belo Horizonte informaram que a UFMG foi alvo de mais um ataque do Estado policialesco que se instaurou em no Brasil e que tenta manchar sua história de instituição pública, gratuita e de qualidade.

A nota ainda destaca que os alvos são sempre instituições públicas ou empresas brasileiras, mas nunca companhias estrangeiras, bancos, setores dos grandes meios de comunicação ou setores ligados ao rentismo.

O texto também relembrou que a Polícia Federal usou os mesmos métodos contra o reitor Luiz Carlos Cancellier da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que se suicidou após ser humilhado em outra operação da PF.

"Convocamos nossa militância, em conjunto com todos os demais movimentos democráticos, progressistas e nacionalistas, a defendermos intransigentemente nossa UFMG e resgatarmos nossa não menos importante Polícia Federal das mãos de uns poucos agentes que, após o Golpe de 2016, resolveram impor esse Estado policialesco que pisa sobre nossa Constituição", finaliza em nota.

Confira a nota na íntegra:

PCdoB repudia ação da Polícia Federal na UFMG

A Universidade Federal de Minas Gerais é um patrimônio do povo brasileiro. Sua criação faz parte de um projeto sonhado ainda pelos Inconfidentes, quando a capital do Estado era Ouro Preto.
Desde 1927, data de sua fundação como instituição subsidiada pelo Estado, até a época de sua federalização na década de 1960, a UFMG se firmou como uma das mais prestigiadas universidades da América Latina, com inúmeros serviços prestados à nossa nação.

Infelizmente, no auge de sua maturidade de 90 anos de existência, uma vez mais, tal qual como nos anos de chumbo da Ditadura Militar, a UFMG é alvo de mais um ataque do Estado policialesco que se instaurou em nosso país e que tenta manchar sua história de instituição pública, gratuita e de qualidade.

Se no Golpe de 1964 foram as Forças Armadas quem exerceu o protagonismo da supressão da democracia, a partir do Golpe de 2016 esse papel é desempenhado por setores do MPF e Polícia Federal.

Curioso assistirmos que os alvos são sempre instituições públicas ou empresas brasileiras. Nunca companhias estrangeiras, bancos, setores dos grandes meios de comunicação ou setores ligados ao rentismo, fartamente denunciados.

É inadmissível que após a morte de um reitor, humilhado e defenestrado de sua universidade em Santa Catarina, a Polícia Federal evoque os mesmos métodos agora contra o reitor e a vice-reitora da UFMG, o ex-reitor Clélio Campolina e da ex-vice-reitora Heloisa Starling, entre outros.
Curioso também é o fato de ser justamente a construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, financiado pelo Ministério da Justiça e executado pela UFMG, o alvo dessa investida arbitrária.
Ainda mais simbólico o nome dado a Operação "Esperança Equilibrista" em alusão à música de Aldir Blanc e João Bosco, hino de resistência à Ditadura, em clara provocação aos defensores dos direitos humanos.

Por fim, convocamos nossa militância, em conjunto com todos os demais movimentos democráticos, progressistas e nacionalistas, a defendermos intransigentemente nossa UFMG e resgatarmos nossa não menos importante Polícia Federal das mãos de uns poucos agentes que, após o Golpe de 2016, resolveram impor esse Estado policialesco que pisa sobre nossa Constituição.

Comitê Estadual do PCdoB Minas Gerais

Comitê Municipal do PCdoB de Belo Horizonte