Dilma: Golpe "destruiu o PSDB e fez surgir a extrema direita"

A presidenta eleita Dilma Rousseff participou de audiência pública da Comissão Extraordinária das Mulheres da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta segunda-feira (11), em Belo Horizonte. Em seu discurso, Dilma destacou o papel das mulheres na história política brasileira, reforçando a atuação na "resistência contra a ditadura militar e participaram da luta democrática".

Dilma 6 Congresso PT - Lula Marques/Agência PT

Dilma também apontou o o caráter misógino do golpe e defendeu a importância de eleger mulheres comprometidas com a igualdade de gênero das próximas eleições, que possam influir nas decisões nacionais.

A seu ver, não se pode esperar dos golpistas que sejam generosos com as mulheres. "Eles são intolerantes, discriminam as mulheres, e insistem em permanecer por meio de mais uma etapa do golpe, impedir eleições justas e limpas", disse ela.

A presidenta também falou sobre a conjuntura política pós-golpe de 2016. Segundo ela, o golpe continua ainda continua, mas enfatizou que esse processo também produziu efeitos aos que tramaram contra a democracia, citando o racha interno no PSDB e fez crescer a extrema direita no país.

Para ela, o impeachment, sem crime de responsabilidade, foi apenas o “ato inaugural” do golpe. “Não deram o golpe para ele parar, mas para continuar. A surpresa é que as consequências políticas não foram as esperadas. Politicamente, a minha saída gerou a destruição do PSDB e o surgimento da extrema direita. Esses dois fenômenos eram inesperados. Não estavam previstos no cardápio. O que estava previsto era a destruição do PT e do presidente Lula. Queríamos que jamais puséssemos a cabeça de fora. Foi o autoengano”, salientou a presidenta.

Em entrevista à TV Assembleia, Dilma foi questionada se pretende disputar a vaga para o Senado. Ele afirmou que irá definir seu futuro político no início de 2018. “Vamos avaliar minha situação política no início de 2018. Vou analisar o que será feito”, disse.