Reforma fiscal nos EUA: boa para empresários, boa para Trump 

Donald Trump deverá pagar menos 12 milhões de euros em impostos com nova reforma fiscal. O presidente norte-americano faz parte do grupo dos contribuintes mais ricos, que serão os grandes beneficiados pelo corte fiscal

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O “alívio fiscal histórico” aprovado na quarta-feira (20) pela maioria do Partido Republicano no Congresso, em relação a uma reforma que vai reduzir os impostos das empresas e beneficiar os contribuintes mais ricos, cumpre uma promessa de campanha do presidente norte-americano e uniu os republicanos em vésperas de Natal. A medida é um verdadeiro presente de Natal para Donald Trump, que irá poupar até 15 milhões de dólares por ano em impostos.

As contas resultam de um trabalho de análise e pesquisa realizada pela Center For American Progress, e citada pelo jornal The Guardian. O substancial corte de impostos irá beneficiar ainda outros seis membros próximos do círculo do líder da Casa Branca, incluindo o seu genro, Jared Kushner, e a secretária da educação, Betsy DeVos. Com este corte fiscal, cada um passa a poupar, respectivamente, entre 5 e 12 milhões de dólares, no caso de Kushner, e até 2,7 milhões de dólares, no caso de DeVos.

Também Wilbur Ross, secretário do Comércio, Linda McMahon, da Administração de Pequenos Negócios do Governo, Steven Mnuchin, secretário do Tesouro, e Rex Tillerson, secretário de estado, irão se beneficiar da reforma fiscal.

A ideia principal da reforma é reduzir os impostos para as empresas e para os contribuintes mais ricos para que o dinheiro antes pago em impostos seja aplicado no desenvolvimento e na criação de emprego.

“Creio que os norte-americanos, quer tenham um aumento ou corte fiscal com esta medida, se sentem ofendidos pelo presidente Trump, pelo seu gabinete e pelos membros do Congresso se beneficiarem desta reforma fiscal”, avalia Seth Hanlon, um analista sénior da organização Center For American Progress, citado pelo jornal britânico.

Hanlon lembra ainda que Trump prometeu divulgar as suas declarações de impostos – como fizeram todos os líderes norte-americanos desde 1970 –, mas nunca o fez. Apesar de o Congresso ter poder para obter e divulgar estas declarações, a maioria republicana tem evitado que isso aconteça.