Eleições livres, sem casuísmos e disputa de novos rumos para o país

Apresentei ontem, no Ato em defesa da candidatura de Lula, saudações combativas, também em nome de Luciana Santos, nossa presidente nacional, Manuela D´Ávila, deputado Orlando Silva e tantos outros de nós aqui presentes, ombro a ombro com todos e todas os presentes ao Ato.

Por Walter Sorrentino*

Em defesa de Lula e da democracia - Foto: Thallita Oshiro/Jornalistas Livres

 Meu pronunciamento pelo PCdoB se baseou no artigo que segue, fazendo minhas as palavras dos que me antecederam no Ato no sentido de que o TRF4 declarar a cabal inocência de Lula das acusações feitas, por falta de provas e de indicação de ato de ofício, é o único meio de evitar mais um ato discricionário próprio do regime de agressões ao Estado democrático de direito que se implantou a partir do golpe perpetrado em 2016.

Fora disso, terá sido mais uma página infame da história golpista no Brasil contra as forças populares e suas conquistas. Em 1947, o PC do Brasil foi levado à clandestinidade sem apelação, para voltar à legalidade só após 38 anos e receber desculpas só recentemente pelo ato de Estado.

No país vai se impondo uma nova ordem política, econômica e social à revelia da Constituição de 1988. Precisamos nos manter unidos em Frente Ampla em defesa da Democracia e do Estado democrático de direito para impedir a continuidade do golpe e o aprofundamento da instabilidade da crise institucional.

O alerta desta hora é que se precisa assegurar eleições livres como saída legítima para a crise brasileira. Os que se lançaram à aventura do golpe tramam contra eleições livres se não logram tirar Lula da cédula eleitoral. Tramam, pelas costas da nação, casuísmos como a castração do presidencialismo brasileiro, restringido a soberania do voto popular.

 

Foto: Thallita Oshiro/Jornalistas Livres
Eleições livres precisam contar com a candidatura de Lula. Os brasileiros têm que ter o direito de ter Lula na cédula eleitoral para fazer suas opções. Saúdo Lula com o carinho, admiração e respeito que temos pelo maior e melhor intérprete da alma dos brasileiros. Em sua generosa participação no recente Congresso do PCdoB, foi reiterada a amizade e aliança que tivemos, temos e teremos sempre que se trate dos interesses do Brasil e do povo brasileiro.

Por isso, é preciso concertar programas e estratégias em comum, antes, durante e após as eleições, para levar nossas forças ao 2º turno eleitoral, vencer e governar contra o desmonte e abatimento nacional.

Ouso dizer que nossa frente ampla em defesa da democracia pode e precisa avançar para construir a Unidade Popular para avançar nossas lutas, nas ruas, na disputa das ideias progressistas e nas urnas, antes, durante e após as eleições. Ela é o núcleo duro em torno do qual podemos unir vastas forças vitais da nação.

O Brasil precisa de novo projeto, de caráter nacional, popular e democrático. O Brasil tem condições e anseia por deixar de ser uma nação semiperiférica, se afirmar, elevar o patamar civilizacional para sustentar a retomada do desenvolvimento soberano e solidário, ampliar as liberdades para o povo, assegurar os direitos sociais e civis de que carecem a maioria dos brasileiros, contra a exploração, opressão e discriminação de que são vítimas trabalhadores, jovens, mulheres e negros em especial, indígenas e todos que querem respeitado o direito a suas opções de vida.

É preciso dar novas esperanças, novas perspectivas de futuro ao povo, para tirar o país da crise e formular novo rumo. O PCdoB quer propor ao debate essa nova agenda de transformação, simultaneamente ampla e radical. São necessárias reformas estruturais democráticas do Estado, das instituições econômicas e da sociedade. Nem sempre estão dadas de saída as condições de forças para empreender esse rumo. Mas correlação de forças não cai do céu, nem é naturalizada. Elas se constituem mediante a disputa na sociedade, unindo o povo, as forças progressistas e democráticas.

Os golpistas se enganam se consideram que as vitórias são irreversíveis, assim como sabemos que não há derrotas definitivas. A luta continua, unidos!