Movimentos sociais garantem realização atos em Porto Alegre

 Inciativa partiu da Frente Brasil Popular que procurou equipe da segurança pública para garantir "segurança militante somada às garantias dadas pelo Estado" .

frente brasil popular

Em resposta à preocupação aventada de que os movimentos sociais em apoio ao ex-presidente ameaçariam a segurança pública em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a Frente Brasil Popular, formada por centenas de movimentos sociais, tomou a iniciativa de procurar o Estado avisando que estabeleceram um esquema próprio de segurança dos espaços públicos durante os atos de protesto.

"Os próprios movimentos tomaram essa iniciativa. Nós nunca depredamos patrimônio público ou privado e queremos garantir nosso direito de manifestar nossas opiniões. Avisamos as autoridades que estaremos trabalhando com segurança militante somada às garantias dadas pelo Estado", disse Vitalina Gonçalves, da comissão operativa da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul ao portal R7.

No Sábado (20) o ministro da Justiça Torquato Jardim declarou que o governo do Rio Grande do Sul fez bem em receber o acordo com os movimentos populares para a manutenção da segurança no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para a próxima quarta-feira, 24, na capital do Estado.

"Todos concordaram em assumir a responsabilidade por danos patrimoniais públicos e privados, caso ocorra algo desse tipo", disse o ministro da Justiça que se reuniu com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), desembargador Carlos Thompson Flores, e o secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer para tratar do tema na semana passada.

"Foi montado um sistema muito eficiente de segurança e haverá um grande cordão de isolamento em torno do prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região" disse após uma reunião que teve com o presidente Temer. O governo irá disponibilizar 130 homens da Força Nacional para atuar em Porto Alegre no dia do julgamento.

A Frente Brasil Popular iniciou nesta segunda-feira (22) uma série de atos em apoio ao ex-presidente Lula, condenado a 9 anos e seis meses de prisão em 1ª instância pelo juiz Sérgio Moro no caso Triplex. O coordenador da Lava Jato alega que o ex-presidente é culpado por corrupção e lavagem de dinheiro recebendo o apartamento do Guarujá em troca de contratos que teriam beneficiado a OAS junto à Petrobras. Porém, o imóvel nunca esteve em nome de Lula ou de algum familiar próximo e chegou a ser usado em negociação da OAS junto a credores como massa falida de um braço da empresa.

Os movimentos populares avaliam que o julgamento está sofrendo parcialidade, inclusive o processo de Lula foi lançado na frente de sete outros que estavam na lista de espera do TRF-4. A celeridade se explicaria porque com a condenação do ex-presidente na segunda instância ainda este mês ele poderia ficar impedido de concorrer às eleições deste ano, pela Lei da Ficha Limpa.