8 de março: contra a violência, as mulheres vão à luta

Em todo o mundo, as mulheres marcham nesta quinta-feira (8) – Dia Internacional da Mulher – pela igualdade de direitos e pelo fim da violência. “As mulheres trabalhadoras sempre lutaram por seus direitos,enfrentando todas as adversidades", diz Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Por Marcos Aurélio Ruy

Ato mulheres trabalhadoras contra a reforma da previdencia - Reprodução do portal CTB

Por isso, diz ela, "estaremos todas nas ruas, neste 8 de março, para barrar a ofensiva patriarcal contra nossas vidas e mostrar que queremos viver sem medo”, complementa.

Ela acentua ainda que as mulheres são maioria na população brasileira, mas estão sub-representadas nas instâncias de poder. “A representação feminina no Congresso Nacional beira os 10%, sendo que somos 52% da população”.

Para mudar essa realidade, Arêas propõe uma intensa campanha pela eleição de mais mulheres neste ano. “Precisamos eleger uma bancada de mulheres comprometidas com a luta por direitos iguais e pelo combate constante à violência que cresce dia a dia no país”.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra em seu 11º Anuário que a violência contra a mulher apavora. Em 2016 foram assassinadas quase 5 mil mulheres e ocorreram registros de quase 50 mil estupros, em 2016.

“Mas sabemos que a violência doméstica campeia. Por isso, estamos propondo ações para coibir essa violência”, afirma Berenice Darc, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-DF. “Há necessidade de um trabalho a nível nacional para criar uma cultura de paz e respeito”.

Arêas complementa Darc ao afirmar que as escolas estão chamadas a cumprirem papel importante na desconstrução da cultura do estupro e da ideologia patriarcal. “É fundamental as pessoas entenderem a necessidade imperiosa de se debater as questões de gênero nas escolas”, define.

Aires Nascimento, secretária adjunta da Mulher Trabalhadora da CTB, concorda e afirma que os “os meios de comunicação, de uma forma geral, mostram a figura da mulher como um simples objeto do desejo masculino, ignorando que somos seres humanos com anseios, desejos e vontades próprias, além de termos a mesma capacidade para o trabalho, os estudos, enfim para tudo na vida”. Para ela, é preciso mostrar a mulher como ela é, um ser humano que merece respeito.     

Já Sandreia Barroso, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-PI, diz que “o debate das questões de gênero não pode se circunscrever somente aos bancos escolares, embora o papel das escolas seja preponderante pra desde a tenra infância mostrar aos meninos o respeito como norma civilizacional”.

De acordo com Arêas, as mulheres da CTB mostram que são de luta e batalham para “termos maior presença em todos os movimentos de luta por justiça e igualdade”. Para ela, especificamente em 2018, “precisamos nos unir para aumentar substancialmente a bancada feminina no Congresso e fazer que todos os 365 dias do ano sejam dias das mulheres”.

“Já passou da hora de acabarem as violências e as discriminações que sofremos. Vamos dar um basta em tudo isso, levando o necessário debate sobre igualdade de gênero no movimento sindical e em todos os setores da vida, defendendo nossos direitos nas ruas, no mundo do trabalho, nas escolas, nas redes sociais, em todos os setores da vida”.