Manuela D’Ávila: Rebele-se, é a luta das mulheres  

Ser mulher ainda não é tarefa fácil. Representamos mais de 52% dos eleitores no Brasil, mas ainda ocupamos poucos espaços de poder.

Manuela D’Àvila: Minha candidatura independe de Lula - Divulgação PCdoB

Diariamente enfrentamos a violência que nos assola pelo simples fato de sermos mulheres. E a falta de divisões justas de tarefas para homens e mulheres, seja nos ambientes privados ou públicos, também é uma forma de propagar o machismo.

Na maioria dos países do mundo, as mulheres ainda recebem 80% dos rendimentos dos homens para as mesmas funções, embora sejam estas mesmas mulheres que tantas vezes gastem 90% da sua renda com a família, enquanto que os homens utilizam apenas 30%. E, apesar de tudo isso, quase 50% das mulheres que saem de seus trabalhos para licença-maternidade não conseguem manter os empregos quando voltam.

A Fundação de Economia e Estatística apontou, em sua última pesquisa, que a taxa de desemprego na Região Metropolitana da Capital cresceu para as mulheres em comparação aos últimos dois anos. As mulheres representavam 48,6% dos desempregados em 2016 e passaram a ser maioria, em 2017, pulando para 50,4%. E pelo terceiro ano consecutivo vem crescendo o contingente de mulheres ocupadas no emprego doméstico. Esses dados indicam que há um processo de precarização do mercado de trabalho para mulheres à medida que aumentam as ocupações consideradas de menor qualidade para elas.

O que muitos desconhecem é que milhares de mulheres precisam abandonar seus estudos e trabalhos por falta de vagas em creches. Acreditamos que, para começar a mudança desses dados, o Estado precisa retomar a sua capacidade de crescimento econômico. Com a garantia de liberdades individuais, ficamos mais fortes para enfrentar a desigualdade salarial e de direitos entre homens e mulheres. Por isso: rebele-se. Só questionando e desfazendo os padrões impostos é que poderemos construir um mundo mais justo.