Encontro de Mulheres da UNE vai se chamar Marielle Franco

Maior encontro de estudantes feministas do Brasil começa do dia 30 na Universidade Federal de Juiz de Fora

Marielle Franco - Divulgação

Mulheres estudantes de universidades de todo o Brasil se encontrarão em Juiz de Fora, em Minas Gerais de 30 de março a 1º de abril para debater pautas como raça, classe, violência, trabalho, saúde, gênero, política e educação.

O fórum foi batizado de “8º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE Marielle Franco” em homenagem a vereadora do PSOL assassinada do Rio de Janeiro.

“ Nesse momento conjuntural de ataques aos nosso direitos e retrocessos nós mulheres temos que lutar contra o nosso silenciamento cotidianamente. E não temos como falar de um processo de residência sem falar das nossas, por isso é tão importante lembrar o nome da Marielle durante os nossos três dias juntas em Juiz de Fora. Vamos gritar e denunciar para que a morte dela também não seja silenciada”, explicou a diretora de Mulheres da UNE, Ana Clara Franco.

A militante dos Direitos Humanos e vereadora Marielle foi executada na capital carioca no último dia 14 de Março. Negra, lésbica e criada na favela da Maré, a parlamentar defedia projetos de enfrentamento a homofobia, ao extermínio da juventude negra e contra a violência policial. Era relatora da Comissão da Câmara de Vereadores que analisava a intervenção militar na Segurança Pública do Estado.

“Somos milhões de Marielles, somos nordestinas, negras, periféricas, mães estudantes de todos os rincões do país ocupando espaços de lideranças. Unidas, podemos avançar ainda mais para o mundo e a universidade que sonhamos”, destacou a presidenta da UNE, Marianna Dias.

Programação

Além da violência, os avanços do conservadorismo, ataques à democracia e de retirada de direitos que impactam o dia a dia das trabalhadoras também serão assuntos discutidos no encontro.

“Seja o pacote de reformas antipovo de Temer, que nos priva do direito a aposentadoria, a saúde, a educação e que rasgam a CLT; seja no aumento do preço do botijão de gás, que tira a comida da mesa de milhares de famílias; bem como a construção de uma política de segurança pública militarizada que só leva mais violência para a vida das mulheres, principalmente aquelas que moram nas grandes favelas e periferias urbanas e são, em sua maioria, mulheres negras”, enumerou a 1ª diretora de Mulheres, Julia Aguiar.

A programação vai trazer três mesas de discussão com convidadas especiais, nove arenas feministas de debate, shows, intervenções culturais e uma plenária final no último dia que deve aprovar uma Carta que vai marcar os 15 anos de Diretoria de Mulheres da UNE. As inscrições estão abertas. Todas as mulheres estudantes, vinculadas ou não à correntes ou coletivos feministas podem participar.