Governo nigeriano negoceia cessar-fogo com Boko Haram

O governo nigeriano estabeleceu um diálogo com o grupo radical islâmico e terrorista Boko Haram sobre um possível cessar-fogo – trata-se da primeira vez em anos que o Executivo de Abuja admite que está negociando com os jihadistas para tentar terminar com as hostilidades

Imagem de vídeo do Boko Haram

O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, já disse várias vezes que está disposto a negociar com o Boko Haram.

O grupo iniciou a sua rebelião em 2009 com o objetivo de criar um Estado regido por uma aplicação extremista da lei islâmica. A sua campanha centrou-se essencialmente na Nigéria mas conseguiu também se estender para países como o Chade, Camarões e Níger. Porém, nos últimos anos, e devido a uma intervenção militar regional cada vez maior, o Boko Haram perdeu a maioria do território que chegou a ocupar.

De acordo com os números da Reuters, mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas devido à ameaça do Boko Haram, que raptou milhares de pessoas, incluindo 270 meninas, da escola de Chibok, no estado de Borno, em 2014.

No domingo (25), o ministro da Informação nigeriano, Lai Mohammed, explicou à Reuters como foi realizada a operação para a libertação de outras 100 estudantes na semana passada, depois  de serem sequestradas pelo grupo no dia 19 de fevereiro, na cidade de Dapchi.

“Desconhecido para muitos, nós temos estado em conversações mais abrangentes sobre o fim das hostilidades com os insurgentes há algum tempo”, revelou Mohammed. “Pudemos aproveitar as conversações mais amplas quando as meninas de Dapchi foram sequestradas”.

“O objetivo final é um fim permanente das hostilidades”, disse ainda o ministro.

Além disso, Mohammed explicou que foi acordado um cessar-fogo de uma semana, iniciado no dia 19 de março, para permitir que o grupo libertasse as garotas.