Multidões foram às ruas no sábado pelo controle de armas nos EUA 

No último sábado (24), centenas de milhares de norte-americanos marcharam por todo país após o último massacre na escola de Parkland, na Flórida, em fevereiro. Os atos foram organizados pelo movimento "March For Our Lives" ("Marchem pelas suas vidas"), liderado por estudantes que demandam leis mais duras para a venda de armas nos Estados Unidos 

Manifestação nos EUA pelo controle de armas de fogo

Jornais especularam que Washington viveu no sábado (24) a maior manifestação pelo controle de armas da História do país, e uma das maiores já registradas na cidade: com cerca de 500 mil pessoas esperadas, a frequência teria superado as expectativas: 800 mil, segundo organizadores.

Portando cartazes com slogans incluindo “Se eles escolherem armas sobre nossos filhos, não votem neles”, manifestantes em Washington encheram a Pennsylvania Avenue enquanto estudantes de Parkland, na Flórida, da escola onde 17 pessoas foram mortas, pediam que parlamentares e o presidente Donald Trump confrontassem a questão.

Os protestos gigantescos têm como objetivo quebrar um bloqueio legislativo que há tempos impede as tentativas de aumentar as restrições em vendas de armas de fogo em um país onde atentados como o do dia 14 de fevereiro na Escola Marjory Stoneman Douglas se tornaram assustadoramente comuns.


"Não atire", manifestante escreve nas mãos. Foto: Alex Edelman/ AFP

“Políticos: ou vocês representam o povo, ou vão embora. Se levantem conosco ou tomem cuidado, os eleitores estão chegando”, disse Cameron Kasky, um estudante secundarista de 17 anos, ao público.

Outro sobrevivente de Parkland, David Hogg, disse que o sol estava iluminando um novo dia. “Já podemos escutar as pessoas no poder tremendo”, disse ao som de aplausos.

“Nós iremos nos certificar de que as melhores pessoas sejam eleitas para serem não políticos mas americanos. Por que isso – do jeito que está, não vai funcionar”, disse apontando ao prédio do Capitólio. “Nós podemos e iremos mudar o mundo!”.


"Eu sou o próximo?". Foto: AFP

Imagens de televisão mostraram jovens manifestantes enchendo as ruas de cidades por todos os Estados Unidos, incluindo Atlanta, Baltimore, Boston, Chicago, Los Angeles, Miami, Minneapolis e Nova York.


Houve registros de marchas em vários lugares fora dos EUA. Manifestantes saíram às ruas em Londres, Copenhagen, Madri, Paris, Roma e Tóquio.

Primeiros sinais de mudança 

As manifestações estimularam o Congresso a promover pequenas mudanças na legislação sobre armas de fogo, mas deve continuar ativo se quiser obter mais reformas, disseram parlamentares no domingo (25).


Foto: AFP

Escondidas em uma lei de gastos de 1,3 trilhão de dólares que o Congresso aprovou na semana passada, estão modestas melhorias que exigem verificações de antecedentes para a venda de armas e impõem fim à proibição para que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estudem as causas da violência armada.

“Essas são duas coisas que não poderíamos ter feito no passado”, disse Kaine no programa “State of the Union”, da CNN. “Mas o engajamento ativo dos jovens convenceu o Congresso de que é melhor fazer alguma coisa.”

O projeto de lei orçamentária, que o presidente Donald Trump assinou na sexta-feira, também inclui subsídios para ajudar as escolas a evitar a violência armada.


Foto: AFP 

A administração Trump também deu um passo na sexta-feira para proibir a venda de dispositivos que permitem que armas semiautomáticas disparem como metralhadoras – que ajudaram o atirador Stephen Paddock a massacrar 58 pessoas em Las Vegas em outubro.