Querem tirar Temer da vida pública, diz governo após prisão de aliados
Em nota divulgada nesta sexta-feira (30), Michel Temer rebate as acusações que geraram a prisão de aliados pela Polícia Federal. Temer rebate as acusações de que teria agido para beneficiar amigos empresários na edição do Decreto dos Portos, no ano passado, em investigação conduzida pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Publicado 31/03/2018 17:16
"Tal decreto nasceu após criação de grupo de trabalho pelo Ministério dos Transportes que realizou amplo e público debate, em reuniões que ocorreram entre setembro de 2016 e maio de 2017", diz a nota.
A tese de Temer é de que ele é alvo de uma perseguição de "autoridades” que “tentam criar narrativas que gerem novas acusações". Ele já é alvo de duas denúncias junto ao Supremo Tribunal Federal e, ao que tudo indica, deve ser apresentada uma nova a partir das investigações da Rodrimar.
"O fato é que a Rodrimar não se encaixa neste parágrafo, neste artigo, no todo do decreto ou na sua interpretação, por mais ampla que se queira, conforme despacho do Ministério dos Transportes: 'Conclui-se que as disposições do decreto número 9048/17 não se aplicam aos contratos da empresa Rodrimar S/A'. (…) Todas as áreas da Rodrimar serão relicitadas", diz a nota.
Sem apontar nomes, o Palácio do Planalto afirmou que "tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer”.
“Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação", destaca a nota.
Apesar de ter apenas 4,3% de aprovação, Temer diz que as investigações são resultado de uma perseguição para impedir a candidatura. "Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura. Busca-se impedir ao povo a livre escolha", diz outro trecho do governo.
O impacto das prisões no governo foi grande. De acordo com fontes próximas ao governo, a notícia causou perplexidade e preocupação.
Temer demorou para apresentar uma resposta e só fez após se reunir com o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, no Palácio do Alvorada, acompanhado de alguns ministros e auxiliares mais próximos, como Moreira Franco (Secretaria Geral), Gustavo do Vale Rocha (Direitos Humanos) e Márcio Freitas (Secretaria de Comunicação Social). Depois que Mariz deixou o Planalto, chegou ao local o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Westphalen Etchegoyen. O grupo permaneceu reunido até por volta das 19h, quando foi divulgada a nota oficial.