Luciana: “Mulheres precisam ter poder de influenciar os rumos do país”

Em entrevista à TV Câmara nesta terça-feira (3), a presidenta nacional do PCdoB, deputada federal (PE) Luciana Santos, ressaltou que a participação das mulheres brasileiras nas esferas do poder ainda é baixa. A deputada destacou que a população feminina representa mais da metade da população brasileira e afirmou que “as mulheres precisam ter poder de influenciar os rumos do país”.

Luciana Santos - Foto: Reprodução

Uma das bandeiras do PCdoB é a participação da mulher na política e a sua bancada no Congresso Nacional reflete isso. Mas, Luciana Santos explicou que a presença feminina no Parlamento ainda é baixíssima. Dos 513 deputados, somente 10,5% são mulheres. No Senado, dos 81 parlamentares, 16% são mulheres, de acordo com um levantamento feito pelo G1 – portal de notícias da Globo.

“O sistema político brasileiro não representa o que é a base da sociedade. Tem poucos negros, trabalhadores e trabalhadoras, então tem alguma coisa errada nesse sistema político, que é contaminado pela influência do poder econômico do país”, afirmou.

Luciana Santos explicou que há um avanço nas políticas públicas para as mulheres, mas que também há o problema ideológico e cultural. “São coisas que você não supera de um dia para o outro”, frisou.

“Você tem que ter um forte debate de ideias porque vai se naturalizando esse papel social do homem e da mulher. Quando você olha nos livros didáticos da escola não há um olhar mais voltado para o papel das mulheres na história”.

Como exemplo, a deputada citou Maria Quitéria, mulher que sempre quis lutar pela independência do Brasil e vestiu-se de homem para conseguir entrar no exército. “Quando você olha na linha do tempo são conquistas básicas que foram negadas as mulheres”.

A deputada também falou sobre a imagem da mulher nas propagandas, muitas vezes tratada como objeto sexual e utilizam do seu corpo como atrativo para vendas.

“A cultura do machismo não é uma guerra entre sexos. É um pensamento ideológico na sociedade que perpetua, que passou de gerações em gerações. É necessário que possamos enfrentar cada vez mais esse tema, elevando o papel público da afirmação e do empoderamento da mulher na sociedade”, frisou Luciana Santos.