Rússia, Irã e Turquia acusam EUA de apoiar terroristas na Síria

Os líderes da Turquia, Rússia e Irã reuniram-se nesta quarta-feira (4) em Ancara para discutir a situação na Síria. Num comunicado conjunto divulgado depois do encontro, Vladimir Putin, Recep Erdogan e Hassan Rouhani afirmaram que estão empenhados em acelerar os esforços para garantir a “calma no terreno”. Depois, numa conferência de imprensa, os Estados Unidos foram acusados de apoiar terroristas

Irã, Turquia e Rússia - Reuters

No comunicado, os três líderes afirmam igualmente que vão constituir áreas “de desanuviamento” nas zonas de combate para proteger os civis.

A Turquia vai trabalhar com a Rússia para a construção de um hospital na zona de Tel Abyad, cidade junto à fronteira com a Turquia, destinado ao tratamento dos civis sírios que fugiram de Guta Ocidental para o norte do país, revelou Erdogan, que acrescentou que as forças armadas turcas e russas vão garantir a segurança da unidade.

O Irã e a Rússia são os principais aliados de Bashar al-Assad, que combate a oposição armada ao seu Governo. Já a Turquia, que se opõe a Damasco, iniciou em janeiro uma ofensiva no Norte da Síria contra os grupos curdos, que dominam essa zona, que são considerados organizações terroristas pelo ditatorial Erdogan.

Rouhani, por seu lado, foi mais direto nas acusações, afirmando que o Estado Islâmico e outros grupos terroristas servem os interesses de certos poderes, incluindo dos EUA. “Alguns países, incluindo a América, apoiam grupos terroristas como o EI, que servem os interesses destes países”, disse Rouhani.

O líder iraniano defende que a crise síria não tem “solução militar", garantindo que proteger a independência da Síria é uma prioridade para Teerã.

Também nesta quarta-feira (4), Dan Coats, diretor do serviço de informação norte-americano, afirmou que a Administração norte-americana tomou uma decisão relativamente ao futuro das tropas dos EUA presentes na Síria e esta será revelada em breve.