Governo sírio toma último reduto de rebeldes em Ghouta Oriental

Forças do governo da Síria hastearam sua bandeira no último reduto rebelde de Ghouta Oriental, assumindo o controle da cidade de Douma, que nessa semana esteve no foco da atenção mundial após um suposto ataque químico

soldados sírios - EFE

As forças do regime sírio assumiram, nesta quinta-feira (12), o controle do enclave de Duma, o último reduto rebelde na periferia de Damasco. No sábado (7), organizações vinculadas à oposição denunciaram um ataque com armas químicas que deixou dezenas de mortos e centenas de intoxicados na localidade.

Após o suposto ataque, que ainda não foi confirmado pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), os Estados Unidos acusaram com veemência o governo sírio pelo crime. Em nota, o governo de Bashar al-Assad respondeu que não tem culpa, uma vez que destruiu eu arsenal de armas químicas, e que não teria motivo para fazer tal ataque com químicos, uma vez que seu exército já estava avançando rapidamente para tomar as áreas do país que estavam sob poder dos rebeldes. 

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG que coleta informações na região, confirmou que as milícias do Jaish al Islam tinham entregado suas armas pesadas e que seus líderes haviam abandonado a cidade quando o ataque químico aconteceu.

Membros da polícia militar russa entraram em Duma no início da madrugada dessa quita-feira (12) cumprindo o “acordo de reconciliação” negociado com os insurgentes, que permite que sejam evacuados junto com suas famílias até os feudos da oposição no norte do país. A Rússia mantém na Síria batalhões de polícia militar integrados, em sua maioria, por soldados procedentes de repúblicas muçulmanas do Cáucaso. Essas forças foram essenciais para garantir o cumprimento dos pactos de rendição dos grupos rebeldes, como o negociado na zona leste de Aleppo em dezembro de 2016.

Na quarta-feira (11) uma alta autoridade do Irã, o outro grande aliado de Assad, visitou Ghouta Oriental e prometeu ficar ao lado de Damasco diante de “qualquer agressão estrangeira”.

“Os inimigos da Síria estão com raiva por causa de seus avanços militares contra grupos terroristas”, afirmou Ali Akbar Velayati, um dos principais assessores do aiatolá Ali Khamenei, à TV estatal iraniana.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou fazer Assad pagar “um alto preço” pelo último ataque químico em Duma. Assad não demorou a responder e disse que qualquer intervenção ocidental no Oriente Médio desestabilizaria ainda mais a região.