Assista: Ativista transmitiu pelas redes atentado contra acampamento

A principal cobrança após o criminoso atentado contra o acampamento Marisa Letícia, em apoio a Lula, ocorrido na madrugada deste sábado (28) é a devida apuração e punição dos responsáveis. Segundo informações preliminares da Polícia Civil do Paraná, imagens de câmeras de segurança mostram um homem fazendo os disparos contra o acampamento.

Vídeo atentado acampamento - Reprodução

De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba, Fábio Amaro, o suspeito chegou em um carro modelo sedan de cor preta e foi caminhando até o acampamento. Depois de efetuar os disparos, ele fugiu.

Os tiros atingiram o ativista Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, no pescoço e uma mulher ficou ferida por estilhaços. Jefferson está internado no Hospital do Trabalhador. As imagens foram transmitas ao vivo pela página Nova Militância Brasil, no Facebook.

 Peritos da Polícia Científica do Paraná estiveram no acampamento durante a madrugada e retornaram para realizar novas diligências.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou durante ato no acampamento em Curitiba, neste sábado (28), que espera que policiais e bombeiros sejam investigados pelos tiros disparados contra um acampamento.

Isso porque foram encontradas no acampamento Marisa Letícia cápsulas de balas de pistolas 9 mm, arma que também foi utilizada para matar Marielle Franco.

"[Foi] o mesmo tipo de pistola, o mesmo tipo de calibre que atiraram contra Mariele e Anderson, o tipo de pistola que era exclusividade das Forças Armadas e da Polícia Federal e que, em agosto do ano passado [2017] ampliaram para as outras polícias comprarem também", destacou.

Lindbergh salientou que a mudança nas regras que permitem o porte de pistolas 9mm, ampliando o número de pessoas que podem ter esse tipo de armamento no país.

"Quem foi que comprou essas armas nesse período aqui no Brasil? Porque essa portaria é de 8 de agosto de 2017. Tem uma relação das pessoas que compraram essas armas. Tem que investigar por aí", apontou.

O senador se refere às portarias 966, 967, 968 e 969 do Comando Exército, de 24 de agosto de 2017, que estabeleceu quem pode usar tais armas.

“O Comando do Exército Brasileiro assinou, no dia 8 de agosto de 2017, as Portarias 966, 967, 968 e 969, que autorizam a aquisição de até 2 (duas) armas de fogo de porte de uso restrito, no calibre 9mm, na indústria nacional, para uso particular por agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal, policial civil, policial e bombeiro militar dos Estados e do Distrito Federal, agentes das polícias legislativas do Congresso Nacional, da Carreira de Auditoria da Receita Federal e Analistas Tributários diretamente envolvidos no combate e na repressão aos crimes de contrabando e descaminho”, disse o comando na época sobre a decisão.

Ele cobrou que a polícia faça um levantamento de quem está autorizado a ter esse tipo de arma no país. "Tem que analisar todas as hipóteses. Veio de fora? Teve algumas que foram roubadas?", questiona,