ONU vai investigar se Israel cometeu crimes de guerra em Gaza

 O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta sexta-feira (18) uma resolução que estabelece uma comissão independente de investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos por Israel durantes as últimas manifestações palestinas em Gaza, quando 60 manifestantes foram mortos e mais de 2 mil ficaram feridos.

Reunião na ONU sobre a Palestina - Divulgação

Dos 45 países que participaram da votação, 29 votaram a favor da elaboração da comissão, 14 se abstiveram e dois Estados foram contrários à resolução, Estados Unidos e Austrália.

Entre os que se abstiveram, estavam Reino Unido, Alemanha, Japão e Panamá. Dos 29 que foram favoráveis à comissão estavam China, Cuba, Brasil, Iraque, Arábia Saudita, Catar, Espanha e Paquistão.

Na abertura da sessão do Conselho, o alto comissário para Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra’ad Al Hussein, condenou o uso “totalmente desproporcional” das fora utilizada pelo Estado de Israel. “Ninguém está mais seguro depois dos terríveis acontecimentos desta semana”, afirmou Al Hussein.

O alto comissário ainda destacou que os manifestantes palestinos que protestavam em Gaza na última segunda-feira “estavam completamente desarmados e foram baleados nas costas e no peito, na cabeça e nos membros inferiores”.

Em sua conta oficial no Twitter, o governo de Israel rejeitou “a resolução que foi adotada por uma maioria anti-Israel” e afirmou que o país “continuará a defender seus cidadãos e soldados como tem o direito de defender a si mesmo”.

Gaza

Na última segunda-feira (14), véspera da Nakba, data que marca a expulsão dos palestinos do território, a mudança da Embaixada dos EUA em Israel para a cidade de Jerusalém intensificou os protestos de palestinos e a violenta repressão do exército israelense.

Ao todo, 60 palestinos foram mortos pelas Forças Armadas de Israel, e mais de mil ficaram feridos na cerca que separa os dois territórios.

O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos já havia se manifestado na última terça feira (15), dizendo que Israel ignorou a lei internacional sobre o uso da força ao atacar palestinos.