Mídia usa delação para caluniar Lula e Gleisi e agora faz jogo de cena
Durante quatro anos a mídia conservadora usou as delações premiadas para tentar destruir o PT, especialmente Lula e Gleisi Hoffmann numa sucessão infindável de manchetes e nos jornais, revistas e no Jornal Nacional. Agora que o STF deu o primeiro passo para acabar com a indústria clandestina das delações, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo lançam editoriais para fazer uma cena à Nação sobre sua seriedade e "condenam" as ações da Lava Jato baseadas nas delações.
Publicado 21/06/2018 17:04
Os jornais não deram até o momento qualquer manchete depois do julgamento informando claramente que Gleisi é inocente nem reconheceram o equívoco de suas manchetes.
Os títulos dos editoriais são monumentos ao cinismo: "Delação não basta", afirmou a Folha, apesar de elas terem bastado para as manchetes dos jornais nos últimos quatro anos; "Apenas delações", proclamou o Estadão, que se lambuzou com "apenas delações" nos últimos anos. Nos textos, mais cinismo: "Fora de dúvida, entretanto, é que delações premiadas não devem bastar para condenar ninguém" (Folha); "A decisão do STF de absolver Gleisi Hoffmann deve servir de alerta para o Ministério Público, que presta desserviço ao País ao apresentar denúncias com base apenas em delações" (Estadão).
No dia seguinte ao julgamento, ambos os jornais produziram manchetes que serviram como um desmentido antecipado a seus editoriais. A Folha estampou em sua manchete: "STF absolve presidente do PT em ação da Lava Jato", completando com o seguinte "olho": "Para 2ª Turma da Corte, Procuradoria não provou acusações de corrupção e lavagem contra Gleisi Hoffmann". A mensagem aos leitores é clara: "não é que Gleisi seja inocente, apenas não conseguiram provar sua culpa". O Estado escondeu a notícia num canto de sua primeira página, com um seco "Segunda Turma do Supremo absolve Gleisi de 3 acusações". Nada de jornalismo para Gleisi. As delações, condenadas nos editoriais, continuam como moeda corrente para a mídia conservadora.