Parlamentares dos EUA criticam perseguição a Lula e morte de Marielle

O senador norte-americano Bernie Sanders, pré-candidato do partido Democrata nas eleições presidenciais de 2016, e outros 28 congressistas assinam carta enviada ao governo brasileiro nesta quinta-feira (26) na qual denunciam a "intensificação do ataque à democracia e aos direitos humanos no Brasil".

Bernie Sanders

O documento ainda questiona a condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, baseada em "acusações não comprovadas", e cobram explicações sobre a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio de Janeiro.

Segundo a carta, a prisão do ex-presidente Lula, em um julgamento “altamente questionável e politizado”, e à morte da vereadora e ativista Marielle Franco, demonstram uma vigente “ameaça à democracia no Brasil”.

Em entrevista à Folha, o deputado Mark Pocan, democrata de Wisconsin e líder da iniciativa, salientou que "é importante, como membro do Congresso, me manter engajado em temas da democracia e dos direitos humanos nas Américas”.

Ele disse que acompanha o desenvolvimento da democracia brasileira nos últimos anos e afirmou estar muito preocupado com os últimos desdobramentos ocorrido no país desde o golpe de 2016. Na carta, os congressistas classificam o governo Michel Temer (MDB) de "extrema direita", e critica o corte de gastos da gestão e a mudança das leis trabalhistas.

Na carta, os parlamentares pedem que Lula responda ao processo em liberdade, e afirmam que "a luta contra a corrupção não deve ser usada para justificar a perseguição de opositores políticos ou negar-lhes o direito de participar livremente das eleições".

Sobre o caso Marielle, a carta pede uma investigação internacional independente sobre seu assassinato, que até agora não apresentou sequer os suspeitos. "Evidências críveis sugerem que membros das forças de segurança do Estado podem estar implicados no crime”, afirmam os congressistas.

Esta não é a primeira manifestação dos parlamentares sobre a crise política no Brasil. O grupo organizou uma manifestação em janeiro deste ano, em que repudiava o processo de perseguição contra Lula por meio de ações judiciais.