Irã aceita dialogar, se EUA voltarem a fazer parte de acordo nuclear

As autoridades iranianas responderam nesta terça-feira (31) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que só aceitarão dialogar com o mandatário caso os EUA retorne ao acordo nuclear iraniano.

Hassan Rouhani - Wikicommons

“O respeito à grande nação iraniana, a redução das hostilidades e o regresso dos EUA ao pacto melhoraria o atual caminho de obstáculos”, escreveu Hamid Aboutalebi, assessor do presidente do Irã, Hassan Rouhani, em sua conta no Twitter.

“Os que veem o diálogo como um método para resolver as diferenças também devem respeitar as suas ferramentas”, acrescentou. A declaração foi feita após o mandatário norte-americano ter afirmado, nesta segunda (30), que está disposto a se reunir com Rouhani, “sem pré-condições”, para discutir como melhorar os laços entre os dois países.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Qasemi, também se pronunciou sobre Trump. Segundo ele, “depois da saída ilegal dos EUA do acordo, das suas políticas hostis e das suas pressões econômicas à nação iraniana” a possibilidade de um diálogo não contempla a agenda política do Irã.

Nas últimas semanas, o Irã endureceu o discurso contra Washington. No domingo (29), o ministro das Relações Exteriores afirmou que os EUA desenvolveram “o hábito pernicioso de impor sanções”. “Consideramos que o mundo chegou à conclusão de que os EUA necessitavam vencer sua dependência das sanções”, afirmou.

Relações desgastadas

A relação entre o Irã e os EUA começou a se deteriorar após Trump assumir a presidência, o que se acentuou com o anúncio feito pelo mandatário norte-americano da saída dos Estados Unidos do acordo nuclear, contrariando pedidos dos demais signatários.

O pacto, assinado pelo chamado Grupo 5+1 (EUA, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha) foi criado no intuito de limitar o programa nuclear iraniano. Em troca, os países aliviaram as sanções impostas a Teerã.

Com a saída dos Estados Unidos, as sanções contra o Irã voltaram a ser aplicadas. Os demais signatários se mantiveram no acordo e afirmam que Teerã cumpre com a sua parte no acordo.