Contra cortes, cientistas divulgam suas pesquisas na internet

Com a #existepesquisanobr, cientistas brasileiros divulgam as pesquisas que realizam e seus impactos positivos para o país. As divulgações são tanto uma resposta ao comentário do candidato a presidência Jair Bolsonaro fez durante o programa Roda Viva ao dizer que não havia pesquisas no Brasil, quanto aos cortes nas bolsas Capes – possibilidade negada nesta segunda (06) pelo Ministro da Educação. 

marcha pela ciência - Reprodução/YouTube

Após uma conturbada semana, em meio a declarações do candidato a presidência Jair Bolsonaro (PSL) em que disse "nós somos carentes nessa área, nós não temos pesquisa no Brasil", durante o Roda Viva (30), e um possível corte nas bolsas Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) – que levaria a suspensão de 200 mil bolsas – a comunidade científica se mobilizou em atos e em documentos que repudiavam os possíveis cortes do governo.

Uma das intervenções realizadas pelos cientistas foi a divulgação de seus trabalhos de pesquisa no Twitter. A  #existepesquisanobr mostrou que mesmo com um orçamento menor do que o desejável para a área que vem sofrendo com a austeridade fiscal nos últimos anos, há muitas e importantes pesquisas sendo realizadas no Brasil.

Entre elas, pesquisas sobre a qualidade da água no semiárido brasileiro, que analisa indicadores de violência contra crianças e adolescentes, pesquisas relacionadas à cura de cânceres e sobre a aplicação do princípio da não discriminação aos trabalhadores com relação à população transexual.

De acordo com uma análise da FGV Dapp (Diretoria de Análise de Políticas Públicas), que monitorou e quantificou esse engajamento social na semana passada. Apenas entre o início da tarde de quinta (02) e o meio-dia de sexta (03), foram 124.300 mensagens sobre o tema no Twitter. Sendo que no pico das menções sobre o assunto, foram registrados 213 tuítes por minuto.

De tão expressiva, a mobilização entre os pesquisadores foi comparável à menção de nomes de candidatos à presidência durante a participação em programas de TV. 

Sobre o teor das hashtags, a Fundação relata o predomínio de uma visão negativa sobre o futuro científico no Brasil diante das restrições orçamentárias nas áreas de educação e Ciência e Tecnologia.