Retirada ação que poderia antecipar debate sobre candidatura de Lula

O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido de desistência da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de um pedido de liberdade. A defesa decidiu retirar o pedido porque não queria que, ao analisar o tema, o Supremo decidisse também sobre a questão eleitoral.

Ministro do STF Edson Fachin - Carlos Humberto/SCO/STF

No pedido de desistência, apresentado na segunda-feira (6), os advogados de defesa do ex-presidente apontam que ao entrar com ação pela liberdade de Lula, não fizeram referência ao debate sobre sua inelegibilidade.

A defesa acredita que a ação poderia gerar uma confusão sobre o pedido de liberdade e a discussão sobre os direitos políticos de Lula, por isso optou por desistir do recurso, "sem prejuízo de eventual renovação".

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), que também integra a equipe de advogados, disse que a decisão havia sido tomada pelo que chamou de "chicana" para que o STF já deliberasse sobre o direito de Lula disputar ou não as eleições.

A questão de fundo é que, caso os ministros entendessem que Lula não poderia ser candidato, não haveria possibilidade de recurso, já que o Supremo é a última instância da Justiça.

O ex-presidente foi oficializado no domingo (5) como o candidato do PT na disputa ao Palácio do Planalto.