Ulisses Manaças: Um revolucionário das lutas sociais

“Para nós, ele marchou o tempo todo conosco por seu exemplo de homem que vivia o extraordinário como cotidiano. Sempre firme em suas posições colocou suas ideias a serviço do povo”, declarou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre a morte, nesta terça-feira (14), do líder popular do Pará Ulisses Manaças. Entidades de trabalhadores e de direitos humanos prestaram homenagem ao militante, que tinha 45 anos e foi vítima de câncer.

ulisses manaças morre no Pará aos 45 anos. Liderança do MST - reprodução do facebook

Na linha de frente do MST no Pará, Manaças liderou ocupações e desapropriações na luta pela reforma agrária na Amazônia. Por conta da militância de uma vida inteira, o nome de Ulisses fazia parte de uma lista de marcados para morrer assim como fazia parte também da lista oficial do Ministério da Justiça com lideranças rurais que precisavam da proteção da União.

O Conselho Nacinal de Direitos Humanos (CNDH) registrou no facebook “as contribuições de Manaças ao trabalho deste órgão no combate às violações de direitos humanos, principalmente no que se refere ao direito à terra e a defesa dos trabalhos de defensores e defensoras de direitos humanos no norte do país”.

Em junho deste ano, Manaças esteve presente em Audiência Pública realizada pelo CNDH sobre violações de direitos humanos no Pará. Foi responsável por relatar ao Conselho algumas das violações da sua região.

Para a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Pará, “Manaças foi um revolucionário das lutas sociais, pela reforma agrária, pela posse da terra aos trabalhadores que nela querem produzir alimentos e sustento de seus familiares”.

Jorge Panzera, presidente do PCdoB do Pará, escreveu que “Ulisses se junta ao imenso panteão de heróis da luta do povo, da luta da classe dos trabalhadores”. “Vai a partir de agora se ombrear com Paulo Fonteles (pai e filho), João Canuto, Expedito, Gringo, Irmã Dorothy, com os Guerrilheiros do Araguaia e os cabanos, com os chacinados na curva do S, com homens e mulheres, que como Ulisses, dedicaram o melhor de sua vida à luta”.

Em dezembro de 2017 Ulisses deu entrevista ao portal Vermelho após ataque a tiros ocorrido contra o acampamento Hugo Chaves naquele mês.

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