Trabalhadora sofre agressão em ato da greve dos comerciários no RJ

A greve dos trabalhadores do comércio do Rio teve um novo capítulo na manhã desta quarta-feira (22), no calçadão de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade. A diretoria do Sindicato dos Comerciários chegou cedo ao local para convocar os 80 trabalhadores da sapataria Di Santinni a participar do movimento por um reajuste de salário acima da inflação e melhores condições de trabalho.

greve no supermercado Di santinni no Rio de Janeiro - Sindicato dos Comerciários do RJ

Os funcionários aderiram, mas o clima esquentou quando o gerente tentou forçar a equipe a entrar e um encarregado agrediu uma das manifestantes.

“A Di Santinni está na mesa de negociações pelo lado dos patrões e é uma das empresas que mais têm dificultado a assinatura de convenções coletivas com ganhos reais para os funcionários. Nossa greve é legítima, não vamos aceitar coação. Essa agressão será registrada no 35º DP e vamos voltar a fechar outras lojas da marca”, dispara a presidenta interina do Sindicato, Alexsandra Nogueira.

Assembleia mantém a greve

Na conversa com os diretores do Sindicato, do lado de fora da loja, os funcionários confirmaram várias denúncias. Reforçaram que o assédio moral exercido pela gerência é frequente, assim como o desvio de função, que incomoda principalmente quando os vendedores são forçados a descarregar mercadorias dos caminhões da empresa.

Às 11h, horário de chegada do segundo turno de trabalho, os funcionários realizaram uma assembleia na qual, por ampla maioria, decidiram manter a paralisação.

Entenda o caso

Em campanha salarial, os comerciários negociam 8% de reajuste e outras medidas para valorizar a categoria. As empresas do setor oferecem apenas 1,5%, abaixo da inflação nos 12 meses anteriores à data base, que ficou em 1,69% segundo o INPC/ IBGE. Já foram realizadas nove rodadas de negociação com o sindicato patronal, sem avanços.

A categoria também negocia para que não sejam adotadas nas Convenções Coletivas de Trabalho itens da reforma trabalhista, como a possibilidade de contratação de funcionários intermitentes, redução do horário de almoço, entre outras.