Mesmo sem garantias do governo da Colômbia, ELN liberta prisioneiros

O Exército de Libertação Nacional (ELN) emitiu um comunicado nesta terça-feira (4) em que anuncia que vai libertar prisioneiros em seu poder mesmo não contando com respaldo por parte do governo colombiano. Os prisioneiros foram capturados nas cidades de El Chocó e El Arauca e estão sob poder da guerrilha há um mês.

Exército de Libertação Nacional - ELN - Fundação Paz e Reconciliação

O comunicado apela aos setores integrantes da sociedade colombiana para que se unam em apoio à decisão, uma vez que o governo “não facilitará” o acordo “em um curto prazo”. A possibilidade de um “desenlace fatal”, devido à demora das decisões, também é mencionada.

De acordo com o texto, a liberação dos reféns também é relativa à manutenção da integridade física dos detidos. A organização Grupos de Países de Apoio, Acompanhamento e Cooperação (Gpaac), a ONU e a Igreja colombiana foram convocados “a serem vigilantes” para que a libertação tenha “um bom resultado e que os infortúnios não ocorram, como outros eventos da história do país”.

A guerrilha também culpa o Exército do país mediante qualquer problema que eventualmente aconteça durante o processo. "Já tornamos as Forças Armadas do Estado responsáveis por qualquer incidente fatal que possa surgir nessas operações humanitárias, e faremos todos os esforços para garantir que isso não aconteça".

Negociações com o governo Duque

A guerrilha negocia a trégua com Bogotá desde 2017, quando as tratativas se iniciaram em Quito, capital do Equador. Desde então, as decisões oscilam entre o cessar-fogo e a retomada dos conflitos.

Após o acordo de paz com as FARC, a atividade do ELN passou a ser o grande foco de resolução do governo colombiano, agora com o novo presidente, Iván Duque, que prometeu endurecer as negociações. A organização afirma ter cerca de 1.500 integrantes e atua em cerca de 10% dos municípios colombianos, segundo a Fundação Paz e Reconciliação.