Fome e insegurança alimentar aumentam no Brasil, diz ONU

Em 2017, 821 milhões de pessoas foram dormir sem comer o mínimo necessário no mundo. Deste total, 5,2 milhões são brasileiros. O país, que havia saído do Mapa da Fome há três anos, retrocedeu após o golpe.

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O combate à fome estancou nos últimos anos no Brasil e o número de pessoas que vão dormir sem ingerir o mínimo necessário, estão desnutridas e se sentem fracas para as atividades do dia a dia, aumentou de 4,9 milhões para 5,2 milhões, entre 2010 e 2017.

O país, que havia saído do Mapa da Fome da Organização da ONU há três anos e foi um dos 25 países premiados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) por ter reduzido pela metade o número de subalimentados durante os governos do ex-presidente Lula, retrocedeu no combate à fome e à miséria, especialmente depois do golpe de 2016.

Os dados são do relatório “A Segurança Alimentar e a Nutrição no Mundo”, da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado nesta terça-feira (11). De acordo com a ONU, há três anos a fome e a desnutrição vêm aumentando no mundo, especialmente na América Latina e na África, depois de dez anos de avanços.

Em 2017, 821 milhões de pessoas não conseguiram ingerir o mínimo de calorias diárias necessárias. Isso significa que uma em cada nove pessoas no planeta foi vítima da fome no ano passado, um retrocesso em relação aos dados alcançados em 2010.

De acordo com o relatório da FAO, as crises econômicas, os conflitos e os eventos climáticos extremos são os principais responsáveis por essa regressão. Um exemplo são as graves secas ligadas ao forte fenômeno El Niño de 2015 e 2016 – a falta de chuvas é a causa de mais de 80%, segundo o relatório.

Fome no Brasil

Em 1999, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), a fome atingia 20,9 milhões de brasileiros. Em 2004, um ano após o ex-presidente Lula assumir o governo dizendo que uma de suas prioridades era garantir que os brasileiros tivessem direito a três refeições por dia, esse volume havia caído para 12,6 milhões. Em 2007, no segundo mandato de Lula, o número caiu para 7,4 milhões. Segundo a FAO, em termos porcentuais, a taxa continua estável e inferior a 2,5% desde 2008.