Prisão de Richa desgasta campanha de Alckmin em reduto tucano

A campanha do tucano Geraldo Alckmin não decola e ela ainda conta com a ajuda dos "amigos" para aumentar o desgaste de sua candidatura à presidência em uma dos principais redutos do PSDB: Paraná. A prisão de um de seus principais aliados, o ex-governador do Paraná e candidato ao Senado pelo PSDB Beto Richa, caiu como uma bomba.

Alckmin sobre beto richa - Reprodução

Em sabatina no UOL na manhã desta terça-feira (11), Alckmin tentou camuflar o constrangimento e colocar o Richa distante. "Primeiro, tolerância zero. E mais: todo apoio à Lava Jato. A lei é para todo mundo, não importa de que partido é. Tenho até defendido a reforma política, porque se nós não fizermos a reforma política, vai continuar tendo Lava Jato", afirmou Alckmin, admitindo que “é claro que [a prisão de Richa] fragiliza o PSDB”.

Richa foi preso em uma Operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), em uma investigação sobre o programa Patrulha Rural. Ele também foi alvo de mandados de busca e apreensão na Operação Lava Jato.

Apesar do discurso de Alckmin, a prisão de Beto Richa atinge diretamente o PSDB e a campanha do tucano no estado. O tucano enfrenta dificuldade em crescer nas pesquisas, mesmo em estados onde o partido tem certa força. Richa sempre foi visto como um importante cabo eleitoral no estado, sendo coordenador de todas as campanhas de Alckmin, inclusive a atual. Agora, não deve sequer conseguir se eleger senador.

De acordo com Ibope, Richa ocupava o segundo lugar na pesquisa com 28% de intenções de voto. Com a prisão, os efeito ainda são imprevisíveis. Se o tucano desistir da candidatura ou a prisão se prolongar, seu ex-vice no governo, a segunda vaga ao Senado fica aberta, já que a primeira é do senador Roberto Requião (MDB), que tem 43%.

Já para Alckmin a situação é ainda pior. O candidato do PSDB tem 10% de intenções de voto e está embolado com outros três candidatos na luta pelo segundo turno, de acordo com o Datafolha.