Depois do golpe, Brasil fica estagnado no ranking de IDH

Desde que o golpe começou a ser armado, os indicadores sociais do país só fizeram retroceder. Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD) mostra que, depois dos avanços alcançados nas gestões de Lula e Dilma, o Brasil agora se mantém estagnado pelo terceiro ano seguido no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Desde 2015, o país está na 79ª posição entre 189 países avaliados.

Desigualdade - Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O IDH produz o cálculo a partir de três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. A pontuação do Brasil é 0,759, dentro de uma escala de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior é o desenvolvimento e o país apresentou melhora de apenas 0,001 em relação ao relatório de 2017.

O resultado atual contrasta com os números do passado. Somente entre 2012 e 2014 o país avançou seis colocações na classificação. De 2003 a 2014, portanto durante os governos do PT, o IDH brasileiro subiu de 0,755 a 0,792.

O Pnud também avaliou, em 151 países, o IDH “ajustado às desigualdades”. Este índice mede a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH. Quando se analisa, exclusivamente, de desigualdade, a situação do país piora, e o Brasil cai 17 posições: despenca de 0,759 para 0,578.

O Pnud estabelece um índice separado para três dimensões de desigualdade nos países. No caso do Brasil, o pior índice fica com a má distribuição de renda (0,471), seguida da desigualdade na educação (0,535) e na expectativa de vida (0,765).

Na educação, o país ficou parado: o período esperado para que as pessoas fiquem na escola continuou em 15,4 anos A média de anos de estudo, contudo, teve uma leve ampliação, de 7,6 para 7,8 no período 2015-2017. Em relação à saúde, a esperança de vida ao nascer do brasileiro melhorou, é de 75,7 anos. Em 2015, era de 75,3 anos.

A renda, por outro lado, apresentou uma queda importante quando comparada com 2015. Naquele ano, a renda nacional per capita era de 14,350 ppp (sigla para paridade do poder de compra, um método alternativo à taxa de câmbio para se calcular o poder de compra de dois países), caiu para 13,730 em 2016 e agora teve uma leve recuperação: 13,755 ppp.

O quadro, contudo, pode ficar ainda pior nos próximos anos, caso o próximo presidente do país não decida revogar a Emenda Constitucional 95, que criou o teto de gastos. De acordo com a medida, os gastos primários do governo não poderão crescer acima da inflação por 20 anos.