Como concessão pública, Globo deveria fazer jornalismo e não política

O presidenciável Fernando Haddad foi interrompido 62 vezes por William Bonner e Renata Vasconcelos durante sabatina no Jornal Nacional nesta sexta (12). O caso, que gerou grande indignação, foi descrito como um ato político por Renata Mielli, coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Ela destacou ainda que Rede Globo é uma concessão pública, ou seja, a família Marinho não é dona dos seus canais e, portanto, não pode usar o espaço para fazer política.

Bonner - Reprodução

"A Rede Globo é uma concessão pública. O que isso significa? Que a família Marinho não é dona dos seus canais, e que as notícias envolvendo, por exemplo, a sonegação fiscal da emissora é um assunto de interesse público. Mas a Globo não noticia isso".

A jornalista afirma ainda que o Estado brasileiro, o povo brasileiro são os verdadeiros proprietários da frequência que a Globo usa para levar sua programação até a casa das pessoas.

"O uso dessa frequência é autorizada pelo Estado, por um tempo limitado. E como concessão pública a Globo tem obrigações a cumprir. Uma delas deveria ser o de fazer jornalismo e não política, que é o que a emissora faz. O que o Bonner e a Renata Vasconcelos fizeram hoje não foi jornalismo. Eles não buscaram informações, eles tentaram validar suas próprias posições. Isso é perigoso para a democracia".

"Por isso, a resposta do Unofficial: Fernando Haddad foi muito importante, porque traz à tona uma discussão fundamental para o Brasil. A Globo diz respeito à nação brasileira sim!", finalizou em publicação no Facebook.