Mourão: 'Criminalidade é culpa da mãe e avó que criam filhos sem um homem'

Desde que Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência, está hospitalizado por conta de um ataque a faca em Juiz de Fora, seu vice na chapa, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) tem protagonizado a série "Declarações que o Bolsonaro também daria".

Mourão vice de Bolsonaro - Reprodução

Nesta segunda-feira (17), durante eventos em São Paulo, Mourão disse que famílias pobres "onde não há pai e avô, mas, sim, mãe e avó" são "fábricas de desajustados" que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

"A partir do momento em que a família é dissociada, surgem os problemas sociais. Atacam eminentemente nas áreas carentes, onde não há pai e avô, mas, sim, mãe e avó, por isso é fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar nessas narcoquadrilhas", afirmou ele, durante palestra a empresários e sendo aplaudido.

O discurso de cerca de uma hora foi num evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) com outras 21 entidades, que se reuniram num grupo chamado Reformar Para Mudar.

Mas não foi só isso. Mourão também falou sobre a politica externa brasileiro, fazendo críticas as medidas adotadas nos governo Lula e Dilma de aproximação com outras economistas emergentes, que resultou, entre outros avanços, a formação do Brics – grupo que integra o Brasil, Rússia, Índia e China, que juntos formam um grupo político de cooperação.

Para Mourão, os países emergentes são "mulambada". "E aí nos ligamos com toda a mulambada, me perdoem o termo, existente do outro lado do oceano, do lado de cá, que não resultou em nada, só em dívidas que foram contraídas e que nós estamos tomando calote disso aí", disse.

Ele voltou a falar sobre uma nova constituição, pois segundo o candidato a vice, a reforma da Carta representaria a "mãe de todas as reformas", uma vez que ela está desatualizada, apesar das emendas que sofreu.

Na semana passada, Mourão defendeu uma nova Constituição, mais enxuta e focada em "princípios e valores imutáveis". No entanto, não defende a realização de uma assembleia Assembleia Constituinte, caminho utilizado pelas democracias, mas uma processo feito por uma comissão de notáveis, que depois submeteria o texto a um plebiscito, para aprovação popular – o que, hoje, não se enquadra nas hipóteses previstas em lei.

Mourão ainda teceu comentários sobre direitos humanos. Reclamou da forma como as forças policiais são criticadas quando atuam. "Temos de lembrar que direitos humanos são para humanos direitos… Se a polícia age como polícia, é duramente criticada: é o genocídio, o martírio da população brasileira. É trabalho enfrentar isso daí", disse ele, que foi novamente aplaudido pela plateia.

Ele também foi aplaudido efusivamente quando defendeu o livre mercado e a iniciativa privada, como a a privatização das áreas de refino e distribuição da Petrobras.