"O Brasil está preparado para superar Bolsonaro", diz Haddad

Após o debate realizado no SBT, na noite desta quarta-feira (26), o candidato a presidente Fernando Haddad (PT) se encontrou com artistas em São Paulo. Numa reflexão sobre o atual momento que o país enfrenta, Haddad avaliou que vivemos um momento e depuração que deve ser encarado como um processo necessário para o Brasil avançar e consolidar as suas bases democráticas.

Haddad em Campinas - Ricardo Stuckert

“O Brasil está preparado para essa superação, sobretudo se essa ameaça que paira no ar não for compreendida como uma ameaça propriamente dita, mas como um alerta. Não tenho medo do futuro, nenhum, acho que o Brasil vai superar”, disse o presidenciável, segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo.

Segundo ele, o efeito Jair Bolsonaro (PSL), candidato ultraconservador, é um parto necessário para o desenvolvimento. “Não tem como se desenvolver do ponto de vista institucional sem passar por alguns partos”, afirmou. “As nações que chegaram ao desenvolvimento, que a gente respeita, passaram por momentos tão dramáticos quanto o que nós estamos passando agora”, lembrou.

Para ele, “se a gente vencer essa etapa, nós vamos olhar para trás e, ao invés de acusar aqueles que querem votar no Bolsonaro e tudo o mais, vamos compreender que é uma parte de um sentimento que se expressou dessa maneira, como uma febre alta, mas que foi importante em determinado momento para a gente pensar que tem uma coisa errada com esse organismo aqui e vamos cuidar dele porque é muito importante para nós”.

O encontro foi na casa da marchande e figurinista Regina Boni e contou com a presença de artistas como Odair José, Monique Gardenberg e Felipe Cordeiro, entre outros.

Demonstrando que busca serenidade para vencer os desafios da atual crise brasileira, Haddad reforçou que a política é complicada, com protocolos difíceis de romper, mas que o atual momento é de superação.

Dentre os candidatos, Haddad é o que está mais bronzeado, diferentemente de outros candidatos, demonstrando que está indo às ruas para falar com a população. Ele citou momentos que tem vivido na campanha, principalmente no Nordeste.

“No Nordeste, está um negócio incrível, você nem entende… Meio um Carnaval fora da época mesmo”, disse. Mas advertiu: “Não podemos nos contentar com isso, mas o fato do sopro do Nordeste está fazendo a diferença para o bem. E desculpa, mas, para quem conhece a história do Brasil, é do caramba. Um sopro de liberdade democracia e festa até”.

Ao final do encontro, o compositor Francis Hime tocou "Vai Passar", de Chico Buarque, ao piano, acompanhado pelo público, que também cantou. Depois, Hime puxou o coro de "ole, ole, olá, Lula, Lula" e outras canções.