Haddad sobre Mourão: "Pergunte se ele abre a mão do 13º salário dele"

Durante ato da campanha em Porto Alegre na noite desta quinta-feira (27), que reuniu milhares de pessoas no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, o candidato Fernando Haddad (PT) criticou as declarações de Hamilton Mourão (PRTB), vice de Jair Bolsonaro (PSL), que chamou o 13º salário de "jabuticaba brasileira". "Vai perguntar para ele se ele abre a mão do (13º salário) dele", indagou Haddad

Fernando Haddad e Manuela em Canoas - Ricardo Stuckert

"Esses caras estão com a cabeça no século XIX. Abolimos a escravidão e eles não acordaram para isso ainda. Abolimos a escravidão formalmente e queremos abolir materialmente. Não queremos mais fome, crianças fora da escola e postos de saúde sem remédio", completou.

Haddad lembrou que tanto Jair Bolsonaro como Geraldo Alckmin (PSDB) defenderam a reforma trabalhista e defendem a manutenção da medida. "O governo de Temer abriu a porteira para a retirada de direitos dos trabalhadores. Isso o Alckmin defende, Bolsonaro defende, vários candidatos defendem", advertiu.

Mais cedo, em ato na cidade de Canoas, também no Rio Grande do Sul, Haddad criticou as propostas de seus adversários que só agravam a crise do país. "Tem gente que quer arma numa mão e um relho na outra. Nós queremos giz e livro", disse o petista, enfatizando que "não foi com ditadura que o mundo se desenvolveu".

Sobre a pressão midiática para que a sua candidatura fizesse um aceno ao mercado, Haddad refutou: "Começaram a falar que eu tinha que fazer um aceno ao mercado. Eu resolvi vir aqui, olhar para esse mercado bonito que vocês têm aqui", ironizou o candidato referindo-se ao Mercado Público de Porto Alegre, que fica localizado na praça onde se realizava o comício.

"O mercado virou uma entidade abstrata, que aterroriza o povo, aterroriza as pessoas e aterroriza os trabalhadores", acrescentou.