Golpista e ilegítimo, Temer vai à TV defender a 'legitimidade dos eleitos'

Ocupando o poder após dar um golpe contra o mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff e trair o resultado das urnas, o ilegítimo Michel Temer fará nesta sexta-feira (5) um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão para falar sobre o aniversário de 30 anos da Carta Magna, a importância do voto e defender a "legitimidade dos eleitos".

Por Dayane Santos




Temer implode esporte e cultura para financiar segurança - Reprodução da internet

Entrando para a história como o presidente mais impopular da história, com apenas 4% de aprovação, Temer disse em entrevista que a Constituição garante a soberania do povo, daí a relevância do voto. “No dia 7 de outubro, nós vamos ter a manifestação daquele que é dono do poder [o povo]”, disse ele, que ignorou essa premissa ao se unir com Aécio Neves e Eduardo Cunha para aprovar o impeachment em 2016.

“Não deixe de lutar. Ao dar seu voto, você está dando uma procuração para cuidar da sua grande casa, que é seu país, isso a Constituição brasileira assegurou”, emendou.

Há dois dias, Temer se reuniu com a equipe de comunicação comandada pelo publicitário Elsinho Mouco, diretor de conteúdo da comunicação digital do governo, para definir os detalhes do pronunciamento que vai destacar que “não existe caminho fora da Constituição”.

Ex-deputado federal constituinte em 1988, Temer recebeu a nota 2,25, numa escala de zero a dez, em matérias relacionadas aos interesses da classe trabalhadora. O livro Quem foi Quem na Constituinte, que traz uma avaliação dos deputados constituintes de 1988, publicado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), mostra que Temer foi reprovado

De acordo com o perfil registrado na obra, Temer votou pelo presidencialismo e a favor de cinco anos para Sarney. Ele se absteve quanto ao direito de voto aos 16 anos, quanto ao tabelamento dos juros, mas não teve dúvida ao votar contra a reforma agrária e contra o monopólio na distribuição de petróleo.

Ainda obre as votações, ele foi contra a estabilidade de emprego do trabalhador que, caso demitido, receberia indenização pela rescisão do contrato; contra a jornada de trabalho de 40 horas; contra a participação dos trabalhadores em órgãos de seus interesses profissionais ou previdenciários de forma paritária

Na comparação com outros parlamentares, Temer ficou com uma nota muito inferior. Lula, por exemplo, recebeu nota 10; Geraldo Alckmin, 7; Fernando Henrique Cardoso, 5 e José Serra, 3,75.