Empolgados com Bolsonaro, ação de fabricante de armas dobra na bolsa

Enquanto Jair Bolsonaro (PSL) tenta fazer a linha de estadista pacificador, contrariando o discurso que faz há 30 anos de vida pública, o mercado de armas já fatura com a ascensão do ultraconservador nas pesquisas de intenções de voto. A fabricante brasileira de armas Forja Taurus obteve um salto de suas ações na bolsa.

Bolsonaro - Reprodução da Internet

Só nesta sexta-feira (5), os papéis preferenciais da empresa saltaram 12,5%. No ano, acumulam alta de 160%. Para se ter uma ideia do efeito especulativo estimulado por Bolsonaro, o Ibovespa – índice que reúne as ações mais negociadas no Brasil e do qual a Forja Taurus não faz parte – teve uma elevação de 7,8%.

As apostas do cassino especulativo é que a eventual eleição de Bolsonaro vai aumentar a participação do setor no orçamento do governo, bem como com a revogação do Estatuto do Desarmamento proposta pelo candidato, flexibilizando a posse e uso de armas à população.

Somente na semana de 17 a 20 de setembro, quando as pesquisas apontavam Bolsonaro na liderança das intenções de voto, as ações da Forja Taurus aumentaram em 91%.

A disparada nas ações chamou a atenção da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que fiscaliza e regula o mercado, e a B3, dona da Bolsa, que questionaram a empresa de armas se havia algum fato que pudesse justificar o que identificaram como “movimentação atípica” de ações que teve o valor elevado de R$ 2,89 para R$ 4,06.

A empresa, por sua vez, disse apenas desconhecer qualquer fato ou ato relevante. No entanto, a explicação fica contraditória quando se analisa o histórico na empresa na bolsa. A Forja Taurus fechou junho com um patrimônio líquido negativo em R$ 510 milhões.

No período, a companhia apresentou ainda endividamento bruto de R$ 815,5 milhões – 11% superior ao resultado de junho de 2017. Enquanto isso, as disponibilidades e aplicações financeiras da empresa somavam apenas R$ 9,8 milhões, 38,4% abaixo do registrado em igual momento do ano passado.